Sempre tive grande admiração por Gilberto Gil.
Uma admiração que passa pela sua obra como cantor e compositor, entre as mais notáveis da história do nosso cancioneiro popular, mas também – e principalmente – pela lucidez e serenidade que, como cidadão, enfrentou os desafios que a vida lhe trouxe ao longo desses 76 anos de jornada.
Já escrevi muito sobre o baiano. Eu o entrevistei algumas vezes lá nos mais antigos dos anos. Sempre com muito zelo para referendar o privilégio de tê-lo como contemporâneo e porta-voz (involuntário) de muitas das minhas (nossas) aspirações.
A última vez que eu o vi foi no aeroporto do Rio de Janeiro. Estava ao lado de Flora, sua esposa, à espera de um voo para alguma cidade brasileira, onde faria uma apresentação.
Eu voltava para São Paulo ao lado de um grupo de professores após um seminário na TV Futura sobre comunicação e jornalismo. Alguns amigos foram falar com Gil – eu preferi ficar no meu canto a observar a cena.
Gil foi solícito. Atendeu a todos com um sorriso sem jeito e breves palavras. Todos voltaram para a cafeteria onde me encontrava felizes, satisfeitos. Exibiam orgulhosos as benditas selfs nos celulares de cada um.
O Marceleza foi objetivo na legenda da foto que mandou para a esposa e a filha Sofia:
– Ele é um gênio!
Aplaudi o comentário.
…
Um tanto dessa genialidade está na recente entrevista que Gilberto Gil concedeu ao Blog Inconsciente Coletivo, que o portal de O Estado de S. Paulo publicou nesta terça, dia 14.
Gil faz uma serena análise dos dias que vivemos tanto no aspecto cultural, como no social e até no filosófico.
Imperdível.
– Estamos com medo do futuro. Isso é inédito, diz a certa altura da entrevista.
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Se o blogueiro Morris Kachani e o Estadão me permitem, considero um ato de cidadania recomendá-la aos meus amáveis e fiéis cinco ou seis leitores.
Leiam AQUI!
O que você acha?