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Luis Fernando Veríssimo, o cronista

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Foto: Unesp/Divulgação

“O escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo, de 88 anos, morreu na madrugada deste sábado (30) após complicações causadas por um caso grave de pneumonia. Ele estava internado desde o dia 11 de agosto em uma unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre.”

Manhã de sábado. Ensolarada manhã de sábado.

Recebo a mensagem do amigo Nascimento Júnior, no celular.

Ao ler o nome de Veríssimo, tristemente já imagino o conteúdo da comunicação.

Desde a recente internação, tento saber notícias de Veríssimo – e tudo o que consegui ler não foi nada auspicioso.

Enfim…

Mais um dos notáveis nomes da crônica brasileira que se vai.

E se faz eterno.

Escrevi, certa feita – há coisa de dois anos, creio – que deveríamos instituir a data de aniversário de Veríssimo – 26 de setembro – como o Dia do Cronista.

Torno hoje à sugestão.

Seria, entendo eu, uma singela e mais do que merecida homenagem ao escritor gaúcho que nos contemplou, por décadas e décadas, com as mais belas e bem-humoradas crônicas do jornalismo brasileiro.

O homem que nos ensinou que é melhor rir do que chorar, que o humor também é resistência, que a arte da crônica somos nós e os outros.

Veríssimo era único no gênero.

Mesmo com toda a originalidade, seu nome e sua obra devem constar inevitavelmente do radiante panteão de legendas como os saudosos Rubem Braga, Machado de Assis, João do Rio, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Stanislaw Ponte Preta, Antônio Maria, Nélson Rodrigues, Lourenço Diaféria, Drummond, Carlos Heitor Cony, entre outros raros.

Para este humilde escriba, a reverência a Veríssimo beira a devoção.

Que momento desolador, meus caros.

Nunca será demais, porém, sugerir aos amáveis cinco ou seis leitores, a leitura (ou mesmo a releitura) de qualquer um de seus livros.

São mais de 70 títulos.

Eu os recomendaria sem ressalvas.

Das frases tantas e tamanhas que leio nas notas de pesar e em seu obituário, faço questão de destacar duas que revelam, na essência, o livre pensar de Veríssimo que, desde hoje, se faz saudade.

São, na verdade, puras profecias:

“Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas”.

“Eu não sei para onde caminha a humanidade. Mas, quando souber, vou para o outro lado.”

Ainda nenhum comentário.

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