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Lula e Frei Chico

“A convivência com o meu irmão mais velho, o Frei Chico, foi fundamental para a minha formação. Pouco antes de nos mudarmos para São Paulo, vendíamos laranja no cais do porto, em Santos. Eu não tinha nem 10 anos e já naquela época ele me torrava a paciência, dizendo que eu tinha que aprender a me comunicar com o público. Ele queria que eu gritasse para anunciar as laranjas, mas eu era tímido demais.”

“Nossa história no sindicalismo e na política foi bastante diferente, mas ainda assim é impossível pensar na minha vida política sem me lembrar dele.”

“Em 1968, foi Frei Chico quem me convidou pela primeira vez a participar de uma chapa do Sindicato de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema.”

“A militância clandestina de Frei Chico foi outro desses acontecimentos marcantes na minha vida. Isso porque, em 1975, veio a prisão e a tortura dele. Eu ficava pensando: ‘Qual a lógica de prender um trabalhador pelo simples fato dele ser contra as injustiças sociais no país?’. Quando eu fiquei sabendo que ele foi torturado, massacrado, aí deu até uma revolta por dentro. Isso mudou minha cabeça. “

“Eu sempre digo que na vida tem irmão que não é companheiro, e companheiros que se tornam nossos irmãos. Frei Chico sempre foi, para mim, tanto um irmão como um grande companheiro.”

•Trechos do prefácio do livrorreportagem “A História de Frei Chico, o irmão do presidente”, escrito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Belo trabalho de conclusão do curso de jornalismo de autoria de Alice Camargo, Bianca Azzari, Flávio Carneiro e Giulia Gazetta, apresentado na manhã de hoje e aprovado com nota 10.

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