Foto: reprodução do livro “Um homem chamado Maria”, de autoria de Joaquim Ferreira dos Santos
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“Bom dia!
Estou esperando seu Blog.
Feliz dia do jornalista.
Parabéns!”
Se há uma coisa boa de acordar tarde e perder a hora de blogar, acreditem caros e amigos leitores, é essa: contar com a generosidade e o carinho de quem nos lê. Especialmente em casos como o de hoje. O recado é da minha irmã Doroti (grato!) e me chega com a obrigatória pauta do dia: o Dia do Jornalista!
Confiro numa velha agenda de papel, improvisada como bloco de notas (pois de há muito deixei de me preocupar com horários e compromissos), e constato, algo aborrecido, que 7 de abril é também dedicado ao Dia Internacional da Saúde.
Triste coincidência.
Justo hoje as manchetes dos noticiosos brazucas proclamam estarrecidas o novo recorde de mortes diárias por Covid -19 no Brasil: mais de 4 mil óbitos.
Trágico registro!
O mundo nos vê como uma ameaça. À saúde pública e ao bom senso.
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Mana, não dá pra ser feliz assim.
Mas, garanto a você e aos meus incautos leitores (se é que ainda anda por aí), resistiremos na fé, na coragem e a combater o bom combate.
Cuidar de nós e de quem amamos.
Xô, negacionistas e obscuros!
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Aproveito o ensejo para reverenciar a memória de um extraordinário e saudoso jornalista, o cronista Antônio Maria, pelo centenário (1921/1964).
Permitam-me lembrar uma velha história que mostra a face real de um jornalismo que, não sei, ao que parece, está em desuso, mas teima em resistir na lida de raros, mas cada vez mais necessários.
Vamos à histórinha do dia:
Lá nos idos dos anos 50, por não ter medo de dizer a verdade em sua coluna no jornal Última Hora, o jornalista Antônio Maria foi espancado por um bando de capangas a serviço dos poderosos de então. Teve suas mãos pisoteadas para que não pudesse escrever a crônica diária.
No dia seguinte, em sua coluna, além da denúncia que gerou a violência, ele cunhou a seguinte frase:
“Que bobos!
Eles pensam que
os jornalistas
escrevem com as mãos.”
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Antes que me perguntem, apresso-me em alinhavar alguns desses raros e necessários: Mino Carta, Jânio de Freitas, Ricardo Kotscho, Bob Fernandes, Élio Gaspari, Juca Kfouri, José Trajano, Mônica Bergamo, Veríssimo, Dorrit Harazin, Sérgio Augusto, Ruy Castro, Caco Barcellos e outros (raros e necessários) que navegam corajosamente nessas águas turbulentas e revoltas dos dias que hoje vivemos.
A propósito, um deles, Jamil Chade, será homenageado hoje com o Troféu Audálio Dantas – Indignação, Coragem, Esperança.
Merecidíssima premiação.
A cerimônia acontecerá às 19h e será transmitida no YouTube pelo canalda Oboré do amigo Sérgio Gomes, meu contemporâneo da ECA/USP. A mediação será de Juca Kfouri.
Leia mais detalhes AQUI.
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Enfim, e por fim, vale lembrar a máxima do grande Millôr Fernandes:
“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”.
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Sigamos…
Arlene Sequeira Martins
7, abril, 2021Posso imaginar o quanto está difícil hoje estar “comemorando ” o Dia do Jornalista. Mas hoje no cenário que vivemos , diante de um governo obscuro, o jornalismo está enfrentando diversas batalhas, entre elas agressões físicas ( nem falamos das verbais !) Mas o papel da imprensa e isso de dá pelos Jornalistas, é de suma importância neste combate tão doloroso. Jornalistas se expondo ao perigo para levar a verdadeira notícia para quem está do lado de cá. Então parabéns todos os dias. Força e Coragem !