Foto: Jô Rabelo
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Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim
Dia e noite, não e sim
Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração
Silenciosamente eu te falo com paixão
Eu te amo calado
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz
Nós somos medo e desejo
Somos feitos de silêncio e som
Tem certas coisas que eu não sei dizer
Silenciosamente eu te falo com paixão
Eu te amo calado
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz
Nós somos medo e desejo
Somos feitos de silêncio e som
Tem certas coisas que eu não sei dizer e digo
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Sem qualquer ideia na cabeça, quase como um automato, um robô teleguiado, ouço a velha canção de Lulu Santos e lentamente transcrevo para o Blog os versos encantados de Nélson Motta.
A versão que ouço é a que lhe dá a voz única de Milton Nascimento.
Enquanto batuco as letras e frases, a sensação que me ocorre é:
Parece a mensagem sonora dos nossos dias.
Quanto poder na mágica existência dos silêncios e dos sons!
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Manhã fria que o sol teima esquentar e lhe dar contornos.
Leio que chegou ao fim a tal guerra dos 12 dias.
Que todos os trogloditas líderes dos países envolvidos se dizem vitoriosos depois do almejado cessar-fogo.
Confio desconfiando.
Enfim..
Que os gabolas alardeiem como queiram seus feitos e desfeitos, desde que fiquem longe das engenhocas de destruição que têm sob seu comando e deixem o Planeta e a Humanidade em Paz.
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Faço ainda o registro, tomado de uma tristeza sem fim.
Estou consternado com a morte da jovem brasileira Juliana depois de despencar de uma trilha e rolar pela escarpa de um vulcão cratera adentro, na distante Indonésia.
Acho que todos estamos…
Esperou por socorro por dias e noites, desde sexta-feira passada.
Incomprenssível em pleno século 21, de tantos e tamanos recursos.
Uma tragédia que, mesmo distante, nos é próxima – e cala tão dentro de nós.
Perplexo, e acabrunhado, nem sei o que lhes dizer.
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O que você acha?