A Revista Placar chega às bancas com uma edição especial que celebra os 10 anos de carreira do craque Neymar Jr.
Justa homenagem.
O rapaz tem lá seus dengos, mas mão há quem discuta: é atualmente o melhor craque brasileiro em atividade.
Só que a publicação não parou por aí.
Fez uma afirmação peremptória, e controversa:
“Uma década em que assistimos ao maior jogador brasileiro pós-Pelé desfilar seu futebol talentoso, alegre, campeão… e polêmico, claro!”
…
Foi o que bastou para que, nesta semana, eclodisse acaloradas discussões que invadiram os diversos programas esportivos que hoje temos no rádio e na TV – e, a partir daí, o bate-boca ganhou as ruas, os becos e a boca do povão que ama e idolatra o chamado Esporte Rei.
Veja a reação de Petkovic, no programa Seleção, do Sport TV, quando o jornalista Sérgio Xavier (que foi editor da revista) defendeu a escolha da equipe de Placar:
…
Eu me diverti um bocado.
A princípio, não acreditei.
Que bobagem! – pensei comigo mesmo.
Pra ser sincero, acho uma perda de tempo esse tipo de comparação.
Épocas diferentes.
O futebol hoje é pseudamente cientificado por números, estatísticas, medições – e tudo mais o que os avanços da preparação física podem oferecer às multidisciplinares comissões técnicas dos clubes..
Importante destacar: avanços esses sempre amparados e monitorados pelo o que há de mais moderno em termos de equipamentos e tecnologia.
…
Isto posto, como diz a meninada, lacrei:
Perda de tempo.
Impossível a comparação.
???
Quem disse que não fiquei remoendo intimamente a questão?
Romário, Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo, Zico. Estariam estes à frente de Neymar?
Assim que pude, distraidamente, diria, cheguei a propor o tema a alguns amigos.
Fiz o que vovó chamava de ‘enquete’.
…
Um breve relato do que apurei.
Entre a meninada descolada, deu Neymar fácil, fácil.
Para os maiores de 40, Zico e Ronaldão foram os mais citados.
Romário seria o terceiro.
Neymar e Gaúcho dividiriam o quarto lugar.
Rivaldo sequer foi citado.
(O que particularmente achei injusto. Talvez tenha sido nosso melhor jogador na Copa de 2002. Caladão do jeito que sempre foi, acaba sempre esquecido quando falamos dos maiorais do Planeta Bola/Brasil.)
…
Vejam, caríssimos leitores, que tentei ser o mais isento possível em nome do bom jornalismo.
Mas, pessoalmente, não cravaria o filhão do Sr. Neymar como o melhor depois do Rei Pelé.
Entendo o objetivo da publicação: causar, impactar a opinião pública, recuperar o prestígio perdido ao longo dos anos, uma bela jogada de marketing …
(A Placar hoje tem como alvo um público jovem. Que tem mais empatia com Neymar.)
…
Estou enrolando, né?
Não, não. Só cuido de olhar ao redor para ver se o Petkovik não está por perto.
É que o melhor jogador brasileiro depois de Pelé que vi jogar foi outro rei, o gaúcho Paulo Roberto Falcão, o Rei de Roma. Soberbo, um maestro em campo, ‘uomo squadra’, como dizem na Velha Bota. O melhor da seleção de 82.
Preciso dizer mais?
Só não entendo o porquê anda tão esquecido das lides futebolísticas, inclusive como técnico.
…
Destaque final
O Talleres de Córdoba, Argentina, desclassificou o São Paulo da Libertadores na última quarta-feira numa jornada pra esquecer do Tricolor paulista. No entanto, nossos hermanos se portaram em campo e fora dele, com elegância e educação. Limparam o vestiário que usaram no Morumbi, antes de sair, e deixaram singelos regalos para os anfitriões brasileiros – adversários, sim; mas, não inimigos. Dias antes, em suas redes sociais, postou um vídeo para promover o jogo em São Paulo, mostrando cenas de torcedores embalados pelo acordes sensíveis da bela ‘Pensando em Você, do brasileiro Moska.
Os gringos mostraram que futebol e poesia têm tudo a ver.
Edvaldo
16, fevereiro, 2019Achei ótima a matéria
Uma abraço Rodolfo Martino
Edvaldo