Brinco com alguns caros amigos.
Eles são como aquelas belas canções do passado.
Vez ou outra, reaparecem e me encantam.
II.
Há tempos esperava por notícias da Fabíola.
Ela ficou de me dizer o que achou do meu livro “Meus Caros Amigos – Crônicas Sobre Jornalistas, Boêmios e Paixões” – e sumiu no mundo.
Hoje pela manhã, abro a página dos emails. Pimba! Lá estão as novidades.
Breves e radiantes, como o sorriso da remetente.
Fabi diz que terminou de ler o meu livro – e adorou.
Fez a leitura a bordo do avião que a levou para Orlando, em viagem de lua-de-mel.
“Casei, Rodolfão. Estou megafeliz.”
III.
Tomei um baita susto.
E não pelo fato de que a Fabi casou.
(Ela é linda, e não deviam lhe faltar pretendentes. Chorem rapazes!)
É que, por conta do meu ofício, trabalho diariamente ligado à tela do computador.
Recebo centenas de emails de várias procedências, profissionais ou não.
Amigos, vou lhes confessar.
Não lembro quando foi a última vez que dei de cara com linhas tão plenas de
felicidade, seja na net, seja no nosso convívio pessoal.
Parece que o mundo foi tomado pelo chororô, pelos pidões e pelos chatolóides.
A partir daí, fiquei matutando: a quantas anda esse mundo?
IV.
Mesmo com todos os avanços científicos e tecnológicos, continuamos enredados em intangíveis angústias particulares ou coletivas. O Pimpão pode estar bem empregado, bem nos amores, bem na conta bancária, bem de saúde e com os amigos que, mesmo assim, arranja uma pendência para desestabilizar todo o resto e se por a lamentá-la.
Vai daí que o tom das conversas – virtuais ou não – sempre têm o mesmo tom de lamúria.
No Brasil, entende-se como um pecado compartilhar a felicidade.
Parece que traz maus agouros.
Que bobagem!
V.
Ao ler o email da Fabíola, senti que hoje seria um bom dia.
Fiquei muito feliz e um tantinho partícipe do momento.
Lembrei até do querido professor Cassimiro que, a nos incentivar nos estudos e na ousadia do sonhar, dizia:
“Não há nada mais bonito que um jovem sonho de amor.”