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Novo normal

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Foto: Mais de 1400 filhotes de jabutis apreendidos pela PFR em Leopoldina/MG/Cetas JF

Isolamento social, home office, lives, reprises e mais reprises na programação da TV, racionamento no horário do comércio, as máscaras e os protocolos, as compras online, cousa e lousa e mariposa – incluindo aqui a trivial rotina que eu, tu, ele, nós adotamos… Esses trens todos, o Homem da TV, coaching não sei bem de quê, especialista em algo que não consegui entender, diz ser o nosso novo normal.

Hum!!!

Vivendo e aprendendo.

Acho que não sei.

Não me convenço, mas presto uma atenção danada.

Olho pra pilha de livros que li de março pra cá (não conseguiria tantos em outros tempos) e penso nos passos às tontas que dei entre a sala, o corredor e a cozinha, o estio sol da manhã na estreita varanda, os filmes e séries que vi por ver, a conversa arrastada no zap com amigos (alguns sumidos há anos), e mesmo eventuais atribuições do lar…

Será que todos estão assim?

Desconfio que o Homem da TV é telepata. Ouve o que digo a mim mesmo – e me responde:

Muda um pouco aqui, outro tanto ali. Em essência, porém, difere pouca coisa de um para o outro e do outro para um. Aquele é mais otimista; aquela, mais cismada. Uns são céticos; outros, metódicos. Muitos se largam largados e deixam que o tempo passe à vontade. Poucos fazem altos planos de voo “para o amanhã que certamente virá”, ele garante. Há, porém, os que vivem com naturalidade toda essa pressão social…

E há os inconformados.

Muito bom, digo pra mim mesmo. Sem necessariamente achar muito, menos ainda bom.

Preferiria seguir seguindo, dar umas voltas ao sol da manhã, tomar um café na padaria ao entardecer, encontrar os amigos, fazer uma viagenzinha qualquer. Não viver tão encucado.

Esse novo normal – continuou ele, para meu espanto – pode levar dois anos ou mais no Brasil.

Explicou (que pra tudo tem explicação, pois senão não seria o Homem da TV):

Estamos em cruel descompasso com outras nações mundo afora.

Aí ele desandou a falar uns termos em inglês e jargões próprios ao que militam nos consultórios de Psicologia.

Pelo que pude entender, fomos frouxos na prevenção e no combate ao coronavírus.

Pagamos e pagaremos o preço.

É ruim, hein!

Chamou esse desvão “de atraso social”.

Detesto ter que concordar com o ilustre. Até porque na idade em que estou discordamos de tudo com a célebre frase:

“Ah, no meu tempo era melhor…”

Detesto ter que concordar, como disse; mas sei bem que é assim: pra destruir, basta um piparote bem dado. Em segundos, tudo vem abaixo. Pra construir – e principalmente reconstruir -, leva tempo, um precioso tempo.

Há que se ter perseverança, união e fé!

Dá um trabalhão.

Olaiá…

O Homem da TV faz o alerta:

Não estamos no controle.

Entenderam?

Nós e tampouco aqueles que se arvoram e se dizem estarem no controle.

Alguém lhe perguntou sobre a vacina.

Ele foi profético na resposta:

“A vacina tarda um ano, um ano e tanto… Tarda, mas nos salva do vírus. Não, da ganância dos homens.”

Mesmo assim, concluiu:

Quando a vacina chegar até nós, esse novo normal, assim como o vírus, já terá sofrido sensíveis mutações.

Será outro…

Aí, penso eu, é provável que, então, diremos:

– Ah, aquele outro velho novo normal era bem melhor…

 

 

 

 

 

 

 

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