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O que não entendo, eu estranho…

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Foto: Arquivo Pessoal

“A decisão do ministro Luiz Fux de absolver Jair Bolsonaro e condenar Mauro Cid no julgamento da tentativa de golpe evidencia seletividade e falta de lógica”, afirma Cláudio Couto, cientista político, no UOL News.

Há um ditado calabrês que a italianada, os amigos do meu pai, sempre dizia, naqueles idos tempos da minha infância, quando ainda me chamavam de Tchinim, no bairro operário do Cambuci.

“O que não entendo, eu estranho. O que estranho, eu desconfio…”

Pois é.

Bem que eu achei – e só achei, pois desconheço as profundezas do juridiques – o comportamento do ministro Luiz Fux algo estranho no primeiro dia do julgamento. Estava inquieto, eu diria.

Estranho, muito estranho.

Até escrevi sobre essa minha impressão no post de ontem (que, a bem da verdade, redigi algo desconfiado na tarde de terça).

Clique AQUI para ler: O Julgamento.

Sou leigo na área do Direito como, de resto, amigos, pouco ou quase nada entendo da vida.

Mas, permitam-me, tal e qual os calabreses amigos do pai, também eu, muito modestamente, o que não entendo, estranho, desconfio e rumino, comigo mesmo: “boa coisa não é”.

O homem falou e falou e falou por quase 12 horas.

(Imaginei lá pelas tantas o homem lendo em público e em voz alta um tomo do célebre romance Os Irmãos Karamázov, de Dostoiévski.)

Por fim, como resumo da ópera, inocentou o capo Bolsonaro de todos os crimes contra o estado de direito e a democracia. Mas, responsabilizou e condenou o ajudante de ordens da Presidência, o tal Coronel Mauro Cid e general Braga Neto pelos atos e feitos no mesmo sentido.

Tentei entender, juro.

Fux disse que a instância não era apropriada para o julgamento (o que poderia ter feito em março quando chegou a denúncia à Primeira Instância do STF, mas não fez. Votou pelo julgamento).

Durante esse tempo condenou, sem problemas ou rusgas outras, aproximadamente 400 manifestantes, as arraias miúdas do 8 de janeiro, às penas diversas.

E agora, justamente agora, quando chega a vez dos mandantes, vota pela condenação dos cupinchas do homem, mas inocenta o homem.

Deu munição para quem prega a anistia aos golpistas e, principalmente, agradou em cheio ao anseios do governo americano para novas – e mais pesadas – sanções contra o Brasil.

Vale registrar que, durante o primeiro dia do julgamento, a porta-voz dos ianques insinuou “usar meios militares” como ameaça às instituições brasileiras.

Acho raso dizer que Fux votou como votou pela preservação do visto americano.

Só por isso?

Não pode ser. Acho raso, mas também considero estranho que não se diga e considere.

Enfim…

Estranho, muito estranho…

Fiquemos por aqui que logo mais à tarde tem a sequência do julgamento do século com a manifestação dos pareceres dos ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Leio que, ao final, teremos o placar de 4 votos contra 1 pela condenação de Bolsonaro e seus asseclas. Mas, é melhor aguardar.

O Brasil e o mundo andam estranhos, muito estranhos, tão estranhos.

TRILHA SONORA

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