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Pioneiros do rock no Brasil

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Foto: Tony e Celly Campelo, no capa do livro “Banho de Lua/Divulgação

Pauta para o Blog.

Os 70 anos do rock no Brasil.

“Escreva sobre como tudo começou, é do seu tempo.”

Gosto das sugestões que os leitores, vez ou outra, me fazem.

Mesmo que seja esta, do amigo Escova, que vem repleta de, digamos, más intenções.

Ele alega que sou “testemunha ocular da história” – e não posso me furtar a compartilhar “tal vivência” com os que me leem.

Se não conhecesse o amigo de tantas e tão longínquas jornadas, eu lhes diria, amáveis leitores, que trata-se de um fanfarrão o nosso amigo comum. Como o conheço o suficiente, mesmo que agora ele se esconda nos arredores de Paris, posso lhes garantir que, sim, Escova está tirando uma comigo, com a minha idade que, aliás, registre-se é inferior à dele.

Sou dois ou três anos mais novo que ele.

Ele é de 1947, tem a idade do Paulo Coelho. Eu, de dezembro de 1950.

Ou seja, ambos somos, ambos os dois, “testemunhas oculares” da história.

Consta, como você bem sabe e me ensinou amigo Escova, que os primórdios do rock entre nós não eram visto assim como algo tão revolucionário. Não passava de um emergente gênero musical. Tanto que a primeira gravação que se tem notícia por aqui, quem a fez foi uma famosa – e de voz soturna – cantora de samba-canção. Em outubro/novembro de 1955, Nora Ney gravou a precursora “Rock Around the Clock”, de Bill Haley e Seus Cometas.

Outro fato interessante, que também aprendi com você que era fanzoca moço:

A primeira música de rock com letra em português foi “Rock and Roll em Copacabana”, gravada por Cauby Peixoto em 1957.

Você já era um rapazote enquanto eu acabara de completar 7 anos.

De qualquer forma, o que vale para o tema de hoje é que nossos produtores musicais não sabiam exatamente o que estava acontecendo. Não vislumbravam o tamanho da encrenca. E do barulho que estava por vir.

Na minha esmaecida lembrança de garoto, foi o surgimento de Elvis Presley que aproxima o rock dos mais jovens e incute ao gênero o tom transgressor e revolucionário, e não só dançante.

Podemos questionar se foi ou não consciente. Se tudo não passou de um impulso, de um jeito diferente de se apresentar. Mas, a bem da verdade, sai de cena o olhar de mormaço de Humphrey Boggart para dar lugar ao topete e aos requebros de Elvis.

Por aqui, a onda roqueira vai se ampliando, ressaltemos, que tímida, inocente e lentamente.

Surgem os primeiros ídolos (ou não chegavam a tanto?) e os primeiros grandes sucessos estouram nas rádios e nas então paradas de sucesso.

Assim de memória, vou lhes dizer que os pioneiros foram: Ronnie Cord (“Rua Augusta”, composta pelo pai de Ronnie, o maestro Hervê Cordovil), os irmãos Tony (“Boogie do Bebê) e Celly Campelo (“Banho de Lua” e “Estúpido Cupido”), Carlos Gonzaga (“Oh, Carol” e “Diana”), Sérgio Murilo (“Marcianita” e “Broto Legal”), Demétrius (“Rock do Saci”, “O Ritmo da Chuva” e “Corina”), Wilson Miranda, os irmãos Albert e Meire Pavão, entre outros menos populares.

Essa turminha segurou a bronca na virada das décadas de 50 para 60, especialmente em São Paulo.

Vale registrar que, no Rio de Janeiro, à mesma época, o composto de empresário, produtor musical, jornalista, compositor, apresentador e faz-de-tudo-um-pouco Carlos Imperial comandava um programa musical com desconhecidos talentos, voltado unicamente para o que chamava de “música para a juventude”. Entre os tais e os quais, estavam Tim Maia, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wilson Simonal, Renato Barros entre outros.

Era o embrião do que mais tarde veio a se consagrar como Jovem Guarda.

Em 1963, surgiram por aqui os roquezinhos incrementados dos Beatles.

Erasmo Carlos gravou “Festa de Arromba”. Roberto emplacou dois ou três sucessos seguidos (“Splish Splash”, “Parei na Contramão” e “Calhambeque”).

A TV Record resolveu apostar na música jovem.

E o resto…

Bem o que veio depois, todo mundo conhece.

Trocamos o topete pelo cabelo grande e a franjinha, o violão pela guitarra e fez-se a história.

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