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Quando setembro chegar…

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Foto: Reprodução/Departamento de Defesa dos EUA

Da coluna do Jamil Chade, no UOL:

Uma imagem que entrará para a história. Mas uma imagem que representará a humilhação do Ocidente diante de mais uma tentativa fracassada de “exportar a liberdade”. Às 23h59 de segunda-feira, o último soldado americano deixou Cabul, encerrando a guerra mais longa dos EUA e colocando um fim a uma desastrada tentativa de implementar um governo aliado na região. A “honra” coube ao militar americano Chris Donahue, o último a subir no último avião deixando o aeroporto de Cabul, um espelho do sangue e caos derramado sobre o Afeganistão. Por uma câmera noturna, o que se vê é uma espécie de fantasma da arrogância do Ocidente, transformado em naufrágio.

LEIA a  ÍNTEGRA da coluna:

“Último soldado” é retrato da humilhação do Ocidente

Setembro sempre foi um mês repleto de expectativas. Ao menos para este modesto escriba. Talvez por força da Primavera que se aproxima… Talvez porque enseje os dias mais ensolarados e quentes, a perspectiva das festas natalinas, do verão…

Sei lá, não sei se todas as belezas de que lhes falo

saem tão somente do meu coração.

Algo distante dos versos acima (Paulinho da Viola/Hermínio Bello de Carvalho), meu amigo Marceleza era mais malandramente objetivo.

Didático, dizia com aquele jeito acariocado de falar:

“Setembro é bom porque começa logo com o feriado do dia 7. Quando dá para emendar, então, é um chuá.”

Coisas de um amigo divertido, que anda distante.

Prevejo sem o uso de qualquer dom extra-sensorial que , desta feita, o “chuá” e setembro serão diferentes. Ainda carregado pela tragédia da pandemia que se arrasta. Mas, também por outras ameaças.

Vivemos uma crise institucional, das brabas.

O insensato da vez conclama a turba para viabilizar um autogolpe no dia 7 e estilhaçar de vez a harmonia entre os poderes, sepultar os ditames democráticos e se perpetuar no comando do governo.

Há um descontrole genera(is)lizado…

Não sei o quê esperar.

Já vi (e vivi) quase tudo nessa vida.

Temo.

De resto – e que resto! -, a espiral inflacionária está de volta a assombrar a qualidade de vida do trabalhador.

Olhem na bomba! A gasolina bateu nos 7 reais o litro.

Olhem a gôndola do supermercado! A cesta básica está pelas alturas – e incontrolável.

Olhem a conta de luz! Aumento e mais aumento da tarifa.

Temos um racionamento de água pela proa.

Assim, os contornos de um desgoverno são mais nítidos a cada novo/velho dia.

Tanto que até antigos aliados – e cúmplices -, os donos do dinheiro,  sugerem em notas, falas e manifestos cair fora da barcaça oficial à deriva.

Esse clima de tensão e radicalismo é péssimo para os negócios do setor produtivo brasileiro.

Quem ousaria investir no Brasil em meio a tamanha instabilidade social.

Nesta semana, uma manifestação pública, pedindo “pacificação” entres os três poderes, estava em gestação e tinha entre os apoiadores a poderosa Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Como todos sabem, o texto foi postergado após aconselhamento de interlocutores do presidente da Câmara e do ministro da Economia, Paulo Guedes, como conta o o jornalista Afonso Benites, do El País.

Muda nada a intervenção dos dois teletubbies.

A realidade aí está – e nos é implacável.

Nossa reputação, como nação contemporânea e confiável, já rolou ladeira abaixo nas lides internacionais.

Estamos cada vez mais isolados.

A sós e mal acompanhados.

Retardatários desolados, como o tal soldado americano.

 

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