Meus amigos e inimigos, (se é que os tenho – e devo os ter).
Não quero botar banca de ombudsman da rapaziada da Imprensa, que sou um senhor de idade provecta, crescido, criado, lavado e enxaguado lá pelas bandas humildes do bairro operário do Cambuci, e não me cabe esses luxos e distinções, mas é o seguinte o que tenho pra dizer…
O Brasil hoje se divide em dois tipos de madalenas-arrependidas: os que defenderam, nos jornalões e emissoronas de Rádio e TV, a eleição do Nefasto para presidente (ou no mínimo se fizeram de omissos) e a rapaziada da crônica esportiva que, pelo que vi e ouvi ontem, está uma estridente arara com a convocação da seleção nacional pelo então onipotente técnico-mor Adenor Tite.
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Deixo as questões políticas e sociais aos doutos colunistas da área e me atenho neste post aos coleguinhas da crônica esportiva.
O pessoal anda por demais “cocoroca”, na expressão coloquial do inesquecível Stanislaw Ponte Preta, cronista dos maiores deste Brasil varonil. O criador do retumbante “Samba do Crioulo Doido” e do oportuno Festival de Besteira que Assola o País, vulgo FEBAPÁ, tão em voga ainda hoje por plagas tupiniquins.
De fazer o Primo Altamirando, outro emblemático personagem do autor, corar de uma vergonha que nunca teve.
Uma frase de Mirinho resume bem o modus operandi do nefando:
“Não importa quem botou fogo no mar, quero mais é comer peixe frito.”
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Voltemos ao tema:
Muitos de nossos notáveis comentaristas querem porque querem saber qual a sanção prevista pelo técnico Adenor ao craque.
Vai haver puxão de orelha, palmatória ou o tradicional castigo de colocar o boleiro virado para a parede com chapéu de burro (que ele não é e nunca foi)?
Vai lhe tirar a tarja de capitão por comportamento indigno?
Ou radicalizar a ponto de desconvocá-lo em nome de uma coerência e do bom-mocismo concernente a quem se dispõe a jogar pelo escrete ?
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Confesso: não entendo o ranço.
Tem a ver com o episódio de Paris, sabido por todos: o brazuca deu um chega pra lá num otário-torcedor mais desbocado e cheio de gracejos na arquibancada.
Um comportamento condenável a um craque da sua estirpe.
Será?
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Neymar não é Pelé, que não era santo e, sim, do Santos, confere?
Não é Garrincha.
Não é Didi.
Para ficar apenas nos três maiores que vi jogar por aqui.
Na prateleira abaixo (parafraseando os coleguinhas da ACEESP) está Ademir da Guia, Canhoteiro, Jair da Rosa Pinto e outros tantos e tamanhos.
Só depois vem Neymar e Cia.
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É o melhor que temos, ok?
Pior: é o único que temos acima da média.
Cada um é o que é, do jeito que é.
Neymar vem com o kit completo: craque, celebridade, o Júnior do papai todo-poderoso, o eterno garotão, baladeiro (tem todo o direito), o mito do merchandig e das redes sociais.
Se fosse diferente, não seria o Neymar, talvez fosse o Messi, o Cristiano Ronaldo. Talvez.
E as discussões, certamente, seriam outras e igualmente acaloradas.
Que não vivemos em tempos harmoniosos, concordam?
Ôôôô… O trem tá atrasado ou já passou…
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A propósito desta crônica, amanhã prometo lhes contar a história do Nestor, amigo de infância, lá do bairro operário do Cambuci, e seu bodoque infalível.
Inté…
O que você acha?