Foto: Daniel Torok/White House
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Enquanto a turma do UOL Host tenta recolocar o meu site no ar, vou batucando minha fileira de letrinhas aqui no Word.
Sou o quadragésimo sétimo da fila virtual à espera para ser atendido pelo help desk.
Ô sina.
Melhor ir adiantando o texto de hoje.
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Olaia…
De quando em quando essas coisas acontecem.
E sei, por experiências anteriores, vai levar algumas horas, quiça dias para a recuperação.
Ficarei levemente desacorçoado, de início. E, à medida que o tempo vai passando, serei tomado por profunda irritação, como se me faltasse algo vital no mundo.
Parece bobagem da minha parte (e deve ser mesmo), mas assim é que é.
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Falo com o amigo Escova no zap do meu drama.
Ele ri das minhas inquietações – e faz o deboche:
“Coisa do Homem. Você colocou aquela ilustração debochada dele no post de ontem. Ele é onipresente, meu caro. Vai ver que baixou um tarifaço e tirou seu site do ar”.
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Escova sabe, amigo de longa data que é: se tem algo que me irrita ainda mais é quando fazem pouco da minha irritação.
Em todo o caso, aproveito a deixa para lhe pedir um panorama breve de como repercutiu por aí, em Paris onde ele mora, e em toda a Europa, a agressão de Trump ao Brasil, ao presidente Lula e às instituições brasileiras.
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Relata-me, então, o amigo:
“Por aqui, de um modo geral, falam do apoio a Bolsonaro como forma de evitar a reeleição de Lula ou de outro nome do campo progressista nas eleições do ano que vem. Trump assume ares de colonizador e super poderoso. Quer consolidar a influência na América Latina e ter o continente submisso às suas vontades. Pegou a Argentina. Agora quer porque quer os três países mais importantes. A Colômbia, o Chile e o Brasil. Especialmente o Brasil está na linha de fogo porque o presidente Lula é indiscutivelmente uma liderança de prestígio internacional. Acabou de propor no Brics o fim do dólar como moeda hegemônica para as negociações entre os países-participantes. Enfureceu o homem. Dá pra dizer que é uma afronta à suposta autoridade máxima mundial que Trump almeja ser”.
“Para tanto, penso eu (e um ou outro portal toca no mesmo assunto), é fundamental, para a estratégia de Trump, provocar um desmonte na Economia brasileira, causar um desarranjo entre os diversos segmentos sociais e sobretudo enfraquecer as instituições democráticas. Registre-se que ele se entende acima do bem e do mal, o senhor do mundo.”
“Por aqui”, conclui o Escova, “o pessoal vê Trump mais como uma ameaça, dada a sua imprevisibilidade, do que como um amigo. Se bem que há setores sociais e mesmo países como a Itália, com a governança ultraconservadora e à direita, que o tem na conta de parceiro no campo ideológico. Mesmo assim, há um pé atrás. A Europa anda pisando em ovos, como se diz aí no Brasil. Está muito fragilizada por essa guerra sem fim entre Rússia e Ucrânia, pois seus desdobramentos ainda são incertos e podem ser arrasadores”.
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Ops.
Recebo o aviso do UOL/Host que o site/blog voltou a funcionar.
11h50.
Até que não demorou tanto assim.
Era uma intermitência temporária.
Ufa! Nada a ver com Trump, como me zoou o Escova.
Melhor assim.
Despeço-me do amigo, agradeço e corro postar nossa conversa de hoje.
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TRILHA SONORA
“Afinal de contas, não tem cabimento
Entregar o jogo no primeiro tempo”
(Ivan Lins e Victor Martins)
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O que você acha?