“Sofremos uma situação horrorosa, a pior que o Brasil vive desde a ditadura.
Hoje há um genocídio contra a população negra, contra quem vive nas favelas.
Temos um presidente homofóbico.
Sei que quando voltarmos ao Brasil nos cobrirão de merda, mas não me preocupa; o mais importante era estrear este filme.
Não, não quero que ninguém se levante em armas, não. O filme fala do sacrifício, daquilo que esses homens e mulheres deixaram para trás em nome do bem comum.
Em momentos decisivos há pessoas que decidem ficar em casa, e outros que fazem o que têm que fazer.
E eu os admiro.
Lanço uma mensagem ao público para que resista.
É como o diálogo final entre um dos amigos de Marighella, do seu grupo ALN [Ação Libertadora Nacional], com o policial que o está torturando e que lhe informa que mataram Carlos:
‘Perdeu’, provoca.
E o guerrilheiro responde:
‘Não, você perdeu’.
Porque há vitórias morais, porque a resistência então e agora será imparável porque viverá em cada garoto que receber essa mensagem.”
* Personagem da semana:
Depoimento de Wagner Moura, ator e diretor do filme “Marighella”, em entrevista ao repórter Gregório Belinchón, enviado especial do jornal El País ao Festival de Berlim 2019.
Leia a íntregra da entrevista AQUI.
Veja também:
O que você acha?