Foto: Lucas Figueiredo/CBF
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“Pra Argentina, óbvio.”
“Essa seleçãozinha não me representa.”
“Vou torcer pelo Messi.”
“Não consigo engolir essa turma: Tite, Neymar e Cia.”
À minha provocação no título da crônica de ontem – Brasil e Argentina. Pra quem torcer? -, as respostas que me chegaram foram, grosso modo, na toada das frases que postei acima.
Fiquei um tanto surpreso. Mas, nem tanto.
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Explico.
Sempre há este e aquele, os chamados ‘outristas’, que preferem estar do outro lado da maioria. Quanto mais óbvia for a situação em si, mais o personagem criado pelo genial Luis Fernando Veríssimo se posiciona – e encontra argumentações – para ser do contra tudo e todos.
Há um regozijo pessoal nessa postura que, desconfio, as redes sociais potencializam.
O tal do sou mais eu, só eu vi o que vi e cousa e lousa e mariposa
Não imaginei, no entanto, que, de repentemente (salve Odorico Paraguaçu!), os outristas seríamos nós, os que se manifestam simpaticamente à seleção brazuca.
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Respeito o posicionamento de todo mundo.
Mas, permitam-me, fico a perguntar se tal sentimento não é um reflexo do trôpego momento político social que vivemos e/ou enfrentamos. De intolerância e ódio, muitas vezes gratuitos.
Amamos e/ou odiamos por tudo, e por nada.
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O futebol é mesmo um catalisador de paixões, ressentimentos e frustrações. Alegrias e tristezas.
Esse fenômeno, creio eu, merece um aprofundado estudo no âmbito sociológico.
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Aviso logo que minha fase de fanático torcedor da seleção se encerrou na Copa de 70.
Depois o encanto se quebrou.
Talvez pela despedida de Pelé dos jogos da escrete, talvez pelos desafios da vida real que nos cercam quando chegamos à fase adulta, talvez porque tenha me levado muito a sério como jornalista, sei lá…
Se não torço, também não abomino.
Procuro o entretenimento no mundo tal Planeta Bola.
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Ontem me diverti com os lances e a tensão da partida. Aplaudi o bom desempenho de Daniel Alves, a volta por cima de Gabriel Jesus e as traves que, por duas vezes, salvaram o goleiro brazuca.
Não lamentei por mais este fracasso do Messi na seleção.
Cada um de nós constrói a própria história.
A do craque do Barcelona é lindíssima.
Não será a perda de uma Copa América a comprometê-la.
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Futebol é mesmo o que há.
Hoje assisto a Chile e Peru na “vibe” (como diz minha sobrinhada mais jovem) de mero espectador.
Simpatizo com o Chile, mas lamento a ausência do Valdívia que fez história no meu Palmeiras.
Mas, posso torcer pelo Peru que tem como técnico o Gareca que também passou pelo Verdão.
Na hora, eu vejo…
O que você acha?