Foto: Erasmo Carlos
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Me chamo Rodolfo, e não Roberto Carlos.
Não sou o cara.
Nem pretendo.
Quer dizer…
Quando adolescente até me espelhei na Jovem Guarda.
Usava dois anéis, pulseira de chapinha, correntão fajuto no pescoço e cabelos longos – tudo à imagem e semelhança do Rei da Juventude.
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Meu pai não gostava nada de ver a figura em que o filho adolescente ameaça se transformar.
Mas, divertia-se à sua maneira.
Dizia que eu tinha mais badulaque pendurado do que “as portas das Lojas Americanas na rua Direita”.
Amante de boleros (especialmente Besame Mucho) e sambas-canções, Aldão, que sempre foi dado a prognósticos e ao jogo do bicho, errou feio no parecer:
Deu seis meses para acabar o sucesso de Roberto Carlos.
“O rapaz é meio fanho, não é?”
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Não preciso dizer, mas digo, o pai ganhou, aqui e ali, algumas querelas na jogatina. Acertava uns duques, uma ou outra centena, mas nunca pegou a tão almejada bolada que garantiria o futuro dele e de todas gerações dos Martinos.
Enfim…
Tentar o pai tentou.
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Eita.
Pra variar, saí do prumo e do rumo em nossa conversa de hoje.
Falei do Roberto, caí nas estranhezas do pai e o que eu queria mesmo era lhes dizer (que não disse ao pai) que Roberto parecia ser um cara legal, tinha roquizinhos maneiros, mas eu me identificava mesmo com o Erasmo Carlos (1941/2022).
Eu o achava genericamente mais parecido comigo e minhas querências. Suburbano como eu, despachado, divertido, amigo do Jorge Ben (outro dos meus ídolos) – e demonstrava estar sempre de bem com a vida.
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Já lhes disse aqui no Blog da primeira vez que vi Erasmo em cena, não?
Ele e Jerry Adriani apareceram no meu colégio numa tarde que se perdeu no tempo.
Clique AQUI para ler a história toda.
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Talvez seja isso…
Ou não?
Sei que, nesta sexta (dia 3), fiquei tocado quando li no site da Rolling Stones que o álbum póstumo do Erasmão estava sendo lançado no streaming (ui!).
Clique AQUI para ler.
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Chama-se Erasmo Esteves.
Parece que um dos filhos do Tremendão, Léo Esteves, encontrou o precioso baú em que o pai recolhia riscos e rabiscos sobre a vida, canções por terminar, escritos e divagações gerais.
Pediu auxílio a uma seleta gama de jovens nomes da MPB e lhes passou a incumbência de finalizar o repertório que, segundo o filhão, “exala amor e ternura”.
Os amigos_leitores sabem que sou um inveterado sentimental.
Quero compartilhar com todos a boa nova.
Amor e ternura, desconfio, são o que mais precisamos nessas horas de tantas adversidades.
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Saudades do tijucano Erasmo.
Faz fata.
O que você acha?