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50 anos da ousadia de Lina

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Deixem que eu lhes esclareça algo que, me parece, não está muito claro no noticiário do dia…

O Museu de Arte de São Paulo, o nosso MASP, é de 1947.

Só em 7 de novembro de 1968, o Museu ganhou prédio próprio, imponente, vistoso, pra lá de moderno na avenida Paulista – e assim se tornou um dos mais sofisticados cartões postais da metrópole.

Hoje, portanto, a inauguração do prédio – e não o Museu – completa 50 anos de existência.

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O MASP, como instituição, vai pra 71 anos de vida – e, mesmo assim, continua referência mundial em termos de arte e cultura. Pelo rico acervo e pela ousadia arquitetônica.

Nunca é demais celebrá-lo; nós, paulistanos, que temos tão pouco a festejar ultimamente.

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Não é demais também lembrar que o MASP é produto de um dos tantos devaneios visionários do jornalista Assis Chateaubriand, o primeiro mega-empresário da Comunicação no país.

Devaneio que só se torna esta grata e honrosa realidade, graças ao conhecimento e desenvoltura do colecionador e expositor italiano Pietro Maria Bardi.

E mais:

Da prancheta e do talento de Lina Bo Bardi, mulher de Pietro, surge o projeto inovador do prédio que ainda hoje causa surpresa em seus visitantes.

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O MASP tem uma das mais sólidas e diversificadas coleções de telas da América Latina – e é sempre um enorme prazer visitá-lo.

Pedi à amiga, jornalista especializada em artes plásticas e curadora de diversas exposições, Leila Kiyomura, a indicação de duas obras imperdíveis. Ela citou, de pronto: Os Retirantes, de Portinari, e O Banco de Pedra, de Van Gogh.

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Da minha parte, faz alguns muitos anos que não visito o MASP – e me penitencio por isso.

Mesmo assim e humildemente deixo como sugestão que o amigo leitor e a amável leitora se percam pelos labirintos de cavaletes que sustentam a telas (outra sensacional criação de Lina), sem pressa alguma, passos miúdos, cabeça nos sonhos; apenas no desfrute…

(…)

Em tempos tristes como os que hoje vivemos, só os verdadeiros amigos e a eternidade da arte podem nos amparar…

 

 

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