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583 por dia

Ouço no rádio os números que a Secretaria de Segurança Pública divulgou sobre o número de roubos de veículos em São Paulo.

Um triste recorde que alcançamos em julho:

200 por dia.

Ou seja, quase 10 por hora.

Mais precisamente nove e quequerecos, faróis e pneus.

No site de O Globo, leio que a média do ano é bem mais assustadora:

583 veículos por dia.

Além de perdermos nosso precioso tempo diariamente com o trânsito lento e congestionado, enfrentarmos a multofobia que assola nossos bolsos, pagarmos IPVA, seguro obrigatório, seguro contra isso, aquilo e aquele outro.

Além de tudo, estamos expostos a mais esse risco.

O problema não é novo, eu sei.

E complexo, eu também sei…

Mas, convenhamos, já deveria ter sido minimamente equacionado.

Esses índices não poderiam alcançar esse patamar de calamidade.

Para a segurança de todos.

Já que as autoridades não cumprem a promessa de melhorar o transporte público, poderiam, ao menos, se prestarem ao trabalho de desbaratar essa máfia – pois, de há muito, o roubo de carros deixou de ser ação isolada deste ou daquele marginal.

É coisa do crime organizado. Com rastros e pistas conhecidos por muita gente.

Ano retrasado, fui assaltado por três garotos em frente ao apartamento onde mora minha mãe, em São Bernardo do Campo.

O carro foi encontrado hora e meia depois no Ipiranga.

Ainda na delegacia, ouvi que “o esquema já é conhecido”.

Roubam aqui, deixam de molho ali, entregam acolá…

— A gente faz o que pode, me disse o policial de plantão.

Acreditei – e lhe dou fé.

Desde então, desconfio que “o buraco” é mais em cima…

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