Ouço no rádio os números que a Secretaria de Segurança Pública divulgou sobre o número de roubos de veículos em São Paulo.
Um triste recorde que alcançamos em julho:
200 por dia.
Ou seja, quase 10 por hora.
Mais precisamente nove e quequerecos, faróis e pneus.
No site de O Globo, leio que a média do ano é bem mais assustadora:
583 veículos por dia.
Além de perdermos nosso precioso tempo diariamente com o trânsito lento e congestionado, enfrentarmos a multofobia que assola nossos bolsos, pagarmos IPVA, seguro obrigatório, seguro contra isso, aquilo e aquele outro.
Além de tudo, estamos expostos a mais esse risco.
O problema não é novo, eu sei.
E complexo, eu também sei…
Mas, convenhamos, já deveria ter sido minimamente equacionado.
Esses índices não poderiam alcançar esse patamar de calamidade.
Para a segurança de todos.
Já que as autoridades não cumprem a promessa de melhorar o transporte público, poderiam, ao menos, se prestarem ao trabalho de desbaratar essa máfia – pois, de há muito, o roubo de carros deixou de ser ação isolada deste ou daquele marginal.
É coisa do crime organizado. Com rastros e pistas conhecidos por muita gente.
Ano retrasado, fui assaltado por três garotos em frente ao apartamento onde mora minha mãe, em São Bernardo do Campo.
O carro foi encontrado hora e meia depois no Ipiranga.
Ainda na delegacia, ouvi que “o esquema já é conhecido”.
Roubam aqui, deixam de molho ali, entregam acolá…
— A gente faz o que pode, me disse o policial de plantão.
Acreditei – e lhe dou fé.
Desde então, desconfio que “o buraco” é mais em cima…