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60 anos depois…

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Foto: Reprodução da capa do disco “Samba Esquema Novo“, de Jorge Ben

Ladon A:

“Mas, Que Nada”

“Tim Dom Dom”

“Balança Pema”

“Vem Morena”

“Chove Chuva”

“É Só Sambar”

Lado B:

“Rosa, Menina Rosa

“Quero Esquecer Você”

“Uála Uálalá”

“A Tamba”

“Menina Bonita Não Chora”

“Por Causa de Você”

Meu disco inesquecível – Samba Esquema Novo, do então Jorge Ben – completa 60 anos.

Parece que foi ontem…

Uma tarde de chuva fina que se perdeu no breu do tempo, mas que recordo ainda hoje – e sempre.

Tinha doze anos quando ouvi Ben Jor pela primeira vez.

Corria o Ano Santo de 1963.

Auge do sucesso internacional da Bossa Nova, quando o carioca do subúrbio de Rio Comprido, Jorge Duílio Lima de Menezes, lançou o primeiro elepê (pela Philips) com a personalíssima fusão ‘urbana, suburbana, rural e universal’ do samba ao rock, às raízes africanas e a outras bossas e levadas que mudaram, inexoravelmente, a cara da música popular brasileira e, modestamente, a vida de Tchinim, o apelido que este humilde escriba tinha quando garoto.

Não é exagero dizer que a sacudida música benjorniana tem sido, de alguma forma, a trilha sonora dos meus trôpegos e combalidos passos ao longo da jornada.

Há quem jure não entender bulufas. Visto que sinto-me assim mais travado do que estátua numa pista de dança.

Incapaz de um estalar de dedos no ritmo da canção.

Diria que sou um devoto improvável.

Basta-me, no entanto, ouvir o chacundum-chacundum do violão/guitarra benjorniano para que minha alma se enleve e rodopie no tal “planeta de possibilidades impossíveis”, como o incrível cantor/compositor definiu em uma de suas músicas (‘Errare Humanum Est’).

Que encanto é este?

Grande mistério que, aliás, diga-se, perpassa gerações e gerações – e continua tão vivo e exuberante quanto naquela tarde em frente à venda do Seo João (ou seria Seo José?)

Os garotos esperavam pela bola de capotão que animaria o futebolzinho diário no campinho de terra batida da rua Apiaí (atual Miguel Telles Júnior) no bairro operário do Cambuci.

Discutiam futebol, falavam do álbum de figurinhas, esses ruídos e sons próprios dos moleques rueiros daqueles tempos.

O rádio da vendinha começou a tocar ‘Chove Chuva’ e o mais velho de nós – uns 16 anos -, o Darci, ordenou que ficássemos em silêncio.

Queria ouvir a novidade do bom crioulo do Rio de Janeiro.

Manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Darci era batuqueiro na Escola de Samba Império do Cambuci, tocava contrasurdo – ou seja, era uma autoridade no assunto.

Ficamos em silêncio, óbvio.

E acreditem: bastou ouvir a introdução para que eu nunca mais fosse o mesmo.

Pelo que vejo ainda hoje, não fui/sou o único.

Há milhões de fãs munda afora.

Salve Jorge!

Somos todos da sua companhia.

Quem acompanha Ben Jor no disco é o conjunto Copa 5, liderado pelo saxofonista J.T.Meirelles.

Produção: Armando Pittigliani.

Numa primeira fornada, foram colocadas à venda mais de 100 mil cópias e, segundo o próprio Jorge numa entrevista, “vendeu mais do que pãozinho quente”.

Um adendo:

Por essa época, março de 2013, um grupo de estudantes quartanistas de Jornalismo procurou este peripatético professor para que os orientasse no Trabalho de Conclusão de Curso sobre o tema “50 anos do disco Samba Esquema Novo”. Foi assim que surgiu um belíssimo vídeo-documentário que muito me honrou e fez feliz. Ao final do ano, na apresentação para a banca, com a presença do produtor Armando Pittiglianni, a moçada tirou nota máxima, um merecido 10, numa noitada que terminou ao som de ‘Mas Que Nada’ e ainda hoje recordo com carinho e saudade.

Por isso, dedico o post/crônica de hoje a eles: Ana Claudia Costa, Carolina Rinaldi, Felipe Vinicius Carlos, Johnny Gonçalves, Paula Di Buono, Samyra Cunha e Thiago Santos.

1 Response
  • Leila Kiyomura
    11, março, 2023

    Os alunos não poderiam ter encontrado orientador mais afinado. Creio que até hoje, dez anos depois, eles continuam lembrando e cantarolando ” Chove chuva…”. Uma boa música e um bom mestre a gente não esqueçe …

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