Foto/Reprodução: Caetano Veloso, no palco do Teatro Record
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(4) – E a MPB nunca mais foi a mesma…
Outubro de 1967.
(Mais precisamente 21 de outubro de 1967)
A finalíssima do terceiro Festival de Música Popular Brasileira lota o auditório da TV Record, na rua Brigadeiro Luís Antônio, para uma apresentação histórica que, comprovar-se-á no futuro, como um divisor de águas.
Nasce ali o Tropicalismo, o caldeirão cultural que reúne matizes e tendências – e projeta uma alquimia sonora até então inimaginável.
A música popular brasileira nunca mais será a mesma.
Verdade verdadeira, muito bem retratada no documentário “Uma Noite em 67”, dirigido por Renato Terra e Ricardo Kalil.
Imperdível, recomendo.
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Entre vaias e aplausos, gritos e apupos, os apresentadores Blota Júnior e Sonia Ribeiro anunciam os vencedores:
1º – “Ponteio”, de Edu Lobo e Capinam, defendida pelo próprio Edu e Marília Medalha.
2º – “Domingo no Parque”, de Gilberto Gil, com Gil e os Mutantes, arranjo sensacional do maestro Rogério Duprat.
3º – “Roda Viva”, de Chico Buarque de Holanda, com Chico e o MPB-4.
4º – “Alegria, Alegria”, de Caetano Veloso, com Caetano e os Beat Boys, grupo argentino comandado por Tony Osana.
5º – “Maria, Carnaval e Cinzas”, de Luís Carlos Paraná, defendida por Roberto Carlos.
* Melhor Intérprete: Elis Regina – “O Cantador” (Dori Caymmi e Nélson Motta).
* Melhor Letra: “A Estrada e o Violeiro” (Sidney Miller) – intérpretes: Sidney Miller e Nara Leão.
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Todos os classificados saem satisfeitos do palco.
Naquela noite, há apenas um imprevisto, provocado pelo cantor/compositor Sérgio Ricardo. Ele irrita-se com as vaias que sequer o deixavam ouvir os acordes da orquestra que o acompanha. Interrompe bruscamente a canção que heroicamente defendia, “Beto Bom de Bola”, quebra o violão e o atira na plateia.
No dia seguinte, o jornal Notícias Populares sai com a seguinte manchete:
VIOLADA NO TEATRO RECORD
(Consta que a tal manchete nunca existiu, mas preserva-se a lenda.)
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Foi o auge da chamada Era dos Festivais que, sob a batuta do produtor Solano Ribeiro, se inicia em 1965 na TV Excelsior (vitória de “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, interpretada por Elis Regina), passa para a TV Record no ano seguinte (“Disparada”, de Geraldo Vandré, e “A Banda”, de Chico Buarque de Holanda, empataram em primeiro lugar) e se arrasta em 1968 (vitória de Tomzé, com “São São Paulo, Meu Amor”) e se encerra em 1969, com a emblemática vitória de “Sinal Fechado”, de Paulinho da Viola.
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Um detalhe.
Essa revolução na MPB aconteceu há cinco décadas.
Seus protagonistas – Chico, Caetano, Edu, Gil e Elis – tinham, então, por volta de 25 anos e todos os sonhos do mundo.
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Ìntegra do documentário: AQUI
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* Texto publicado originalmente em 23/10/2017
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