O que certas pessoas têm na cabeça?
O Dinoel, por exemplo. Aquele mesmo das crônicas
ao lado – “Água Mineral” e “Dinoel, o poeta”. Pois é, ele mesmo.
Gostou da idéia de ser chamado de poeta,
e não desiste de esperar pela morena –
pertubada e pertubadora – chamada Dagmar,
que, atentem para o fato, ele não vê há seis meses.
O Brasil perdeu a Copa – e ela sumiu…
Olhem o tempo que faz…
Ontem, ele passou por aqui – e adivinhem?
Deixou um soneto – e agora me chama de parceiro.
Pode?:
Aspas para Dinoel, o poeta e parceiro:
Ei, Bixoruim…
Assim te chamam
e gostas…
Imagina-se mulher,
a menina encantada
que aos meus olhos és…
Bixoruim,
sou um cara sem futuro
a lhe pedir e cercar…
E fazes muito bem
em ignorar o meu apuro
em te ver e te falar…
Sei que ris mais leve
e frouxo, quando não
pensas em mim…
Por isso, é uma falta
de absurdo muito grande,
a minha, de insistir num sim…
Mas, é que não pedi
pra me engraçar, menos
ainda pra você me olhar
do jeito bom que me olhou…
Bixoruim, Bixoruim…
O meu juízo até então
era perfeito, juro…
Bastou ver me em você
pra ficar assim ruim…
(Desculpe, se não lhe avisei:
mas, tenho uma tendência
a imaginar coisas…)
Mas, vou lhe dizer…
não reclamo da espera…
Pois sei que há o tempo
de semear e o de colher…
Ademais, quero mesmo
que me conheças…
Pra que?
Sinceramente
não sei…
Sei que me fiz poesia,
como há tempos
não acontecia…
Me fiz o alvo e a seta,
o sol e a lua,
o certo e o incerto,
o tudo (quando você
está por perto)
e o nada, quando
não se faz presente…
Então,
Escavo sina e solidão…
E até entendo quem
te chama assim…
Bixoruim, Bixoruim,
Bixoruim…
Ei, moça bonita,
para o detalhe, atente…
Quando o vento
muda de direção, quem
é sensível sente e sente…
Não sou ontem…
Nem amanhã…
Sou hoje – e só…
E tanto e multicor
e silêncio e som…
Que ousaria a lhe pedir,
assim a meio tom…
Vem, não custa tentar…
Perder nesse jogo é ganhar…
Deixe que eu troque o teu nome…
De Bixoruim que foi
a Bixobom que és e
sempre e sempre serás…