À Marianna, de Sorrento,
a que nunca lerá o que agora escrevo.
Porque soltou os cabelos
no dia em que vim embora…
II.
Uma surpresa saudou a chegada
dos peregrinos em Cascia. Era uma
manhã fria de inverno na Umbria, Itália.
Das montanhas que circundam
a modesta igreja de Santa Margheritta
saltou um aristocrático arco-íris que
se pôs a emoldurar os céus. Auréola
de fé e esperança a contemplar as orações
dos devotos de Santa Rita de Cássia,
a santa das causas impossíveis.
Para nós, desinformados brasileiros,
uma novidade saber que
Rita é diminutivo de Margheritta.
Em post anterior, saudei São Judas Tadeu
como “o santo das causas impossíveis”.
Um equívoco que corrijo agora e, como aval,
tomo o testemunho do pároco local.
São JudasTadeu é, justiça seja feita,
“o santo das causas desesperadas”.
Ficam, pois, "as impossívei" sob
a tutela de Santa Rita –
o que, convenhamos: na hora
do vamos ver, dá na mesma…
III.
Levei comigo a certeza/equívoco
de que éramos para sempre.
Retorno, porém, com um espaço
vago no meu alforje de sonhos
e verdades. Não se inquiete por mim.
Vou acomodar ali, com truques e
traquejos, a saudade/mentira
do que nunca fomos, nem seremos…
IV.
Martino, Avezzani, Leonne, Chisolini.
Venho dessa gente, mistura de calabreses
Toscanos e napolitanos que deixaram
a terra natal para ‘fazer a América’
no início do século 20…
Vocês querem o quê, caspita?
Que eu me sinta feliz por deixar a Itália?
Ma, che!!! Sei pazzo!!!
* De resto, ninguém merece
onze horas de vôo em classe turística…
V.
Nestes tempos de disputas por cargos
e espaço político, como acontece com
a Presidência da Câmara Federal,
endosso e dou fé para a lição do jornalista
e escritor Carlos Heitor Cony:
“Agora, num delírio pessoal de cronista
sem assunto, se criarem um Ministério
de Coisa Nenhuma, podem
lembrar o meu nome.”
VI.
Auguri a todos.
Estou de volta à lida.
Viver é melhor que sonhar,
ensinou o poeta. Mas, viver
e viajar é o que há…