Respondo aos estudantes que solicitam uma bibliografia básica em jornalismo. Embora a cada dia novos títulos sejam lançados na área, relacionei 30 títulos imprescindíveis aos que pretendem se aventurar na profissão.
Mesmo para quem não for da área, trata-se de uma leitura interessante — e útil — para entender melhor este País.
Aos meus alunos, a constatação: nem nas férias, o professor sossega…
Boa leitura!
01. CONTI, Mario Sergio. Notícias do Planalto/ A Imprensa e Fernando Collor. São Paulo. Companhia das Letras, 1999. * Um relato dos últimos 50 anos de jornalismo no País, com foco para as relações da mídia e do governo Collor.
02. MORAIS, Fernando. Chato – O Rei do Brasil. São Paulo. Companhia das Letras, 1994. * A vida de Assis Chateaubriant, primeiro megaempresário das comunicações no Brasil. Dono dos Diários e Emissoras Associados.
03. WAINER, Samuel. Minha Razão Viver. Rio de Janeiro. Record. 1987. * Memórias de Samuel Wainer, criador do jornal Última Hora que revolucionou a imprensa brasileira nos anos 50.
04. ABRAMO, Cláudio. A Regra do Jogo. Organização: Cláudio Weber Abramo. São Paulo. Companhia das Letras, 1988. * Coletânea póstuma das colunas que Abramo escreveu para a Folha de S. Paulo. A Bíblia do jornalismo na segunda metado século 20.
05. CARTA, Mino. Castelo de Âmbar. Rio de Janeiro/São Paulo. Record. 2000. * Um dos grandes nomes do jornalismo contemporâneo, Mino Carta relata suas experiências em forma de romance, sob o codinome de Petrúcio Parla.
06. SILVA, Carlos Eduardo Lins da. O Adiantado da Hora – A influência americana sobre o jornalismo brasileiro. São Paulo. Summus, 1991. * Como os jornais brasileiros se transformaram a partir do modelo do jornalismo made in USA.
07. SILVA, Carlos Eduardo Lins da. Mil Dias – Os bastidores da revolução em um grande jornal. 1988. * A implantação do Projeto Folha, em 1984, comandada por Otávio Frias Filho.
08. NOBLAT, Ricardo. A Arte de Fazer Um Jornal Diário. Comtexto. São Paulo, 2002. * As experiências de Noblat à frente do Correio Brasiliense, o mais criativo diário brasileiro dos anos 90.
09. DINES, Alberto. O Papel do Jornal. São Paulo. Summus Editorial, 1986. * Discussão da função jornalística no contexto da redemocratização do País.
10 -DINES, Alberto e VOGT, Carlos. A Imprensa em Questão. Organização: José Marques Melo.Campinas, SP. Editora Unicamp, 1997. * Pesquisadores discutem o papel da imprensa em plena era midiática.
11. DIMENSTEIN, Gilberto e KOTCHO, Ricardo. A Aventura da Reportagem. Da série Novas Buscas em Comunicação. Inclui: As Armadilhas do Poder/Bastidores da Imprensa e No Olho da Rua – Do Golpe de 64 à Campanha do Lula. Summus. São Paulo, 1990. * Para os jovens que chegam aos cursos de jornalismo.
12. MEDINA, Cremilda. A Arte de Tecer o Presente – Narrativa e Cotidiano. Summus. São Paulo, 2003. * Jornalismo interpretativo pelas lentes da professora e jornalista Cremilda Medina.
13. BRAGA, Rubem. A Borboleta Amarela. Crônica: “Os Jornais”, ps 74 e 75. Record. Rio de Janeiro, 1998. * O maior cronista brasileiro saúda a criação da primeira escola superior de jornalismo no País.
14. SOUZA, Percival. Narcoditadura. O caso Tim Lopes, Crime Organizado e Jornalismo Investigativo no Brasil. Labortexto. São Paulo, 2002. * Jornalismo investigativo. Percival faz um grande painel do crime organizado no País, a partir da morte do amigo Tim Lópes.
15. CONY, Carlos Heitor. O Ato e o Fato. Companhia das Letras. São Paulo, 2004. (reedição). * Crônicas dos anos 60, quando o jornalista e escritor combatia corajosamente a ditadura militar que tomou o Poder.
16. FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas). Formação Superior em Jornalismo. Uma Exigência Que Interessa à Sociedade. Vários autores. Cátedra da Fenaj. São Paulo, 2002. * Discussão sobre a legitimidade do diploma para exercício da profissão de jornalista profissional.
17. BARCELLOS, Caco. Rota 66. A História da Polícia Que Mata. Globo. Rio de Janeiro, 1992. * O primeiro livro reportagem que se transformou em best-seller e denunciou o lado oculto da polícia.
18. DANTAS, Audálio (organizador). Repórteres. Vários autores. Editora Senac. São Paulo, 1997. * Depoimentos sobre os segredos da reportagem por alguns dos grandes nomes do jornalismo brasileiro.
19. FRANCIS, Paulo. Trinta Anos esta Noite. Companhia das Letras. São Paulo, 1994. * Um reflexão sobre o Brasil por Paulo Francis, um jornalista polêmico e contundente em suas análises.
20. FAORO, Raimundo. Os Donos do Poder. Editora Globo. Porto Alegre. 1977. * Um impressionante retrato do Brasil e de suas indiossincrasias.
21. GASPARI, Elio. A Ditadura Envergonhada. Companhia das Letras. São Paulo, 2002. * Bastidores históricos da ditadura, de 64 a 69.
22. GASPARI, Elio. A Ditadura Escancarada. Companhia das Letras. São Paulo, 2002. * Bastidores históricos da ditadura, de 69 a 75.
23. GASPARI, Elio. A Ditadura Encurralada. Companhia das Letras. São Paulo, 2003. * Bastidores históricos da ditadura, de 75 a 81.
24. GASPARI, Elio. A Ditadura Derrotada. Companhia das Letras. São Paulo, 2004. * Bastidores históricos da ditadura, de 81 a 85.
25. CAMPOS JR e outros. Nada Mais Que a Verdade. A Extraordinária História do Jornal Notícias Populares. Carrenho Editorial. São Paulo, 2002. * Um jornal que marcou época e deixou um vazio na imprensa brasileira.
26. KOVAK, Bill e ROSENSTIEL, Tom. Os Elementos do Jornalismo (O que os jornalistas devem saber e o público exigir). Geração Editorial. São Paulo, 2003. * Jornalismo e cidadania. Outra discussão made in Usa.
27. CARTA, Gianni. Velho Novo Jornalismo. Códex. São Paulo, 2003. * Relatos de um correspondente brasileiro no Exterior. Gianni é filho de Mino Carta.
28. NASSIF, Luís. O Jornalismo dos Anos 90. Futura. São Paulo, 2003. * Um completo painel sobre a década e o jornalismo. Bela fonte de consulta.
29. BUCCI, Eugênio. Sobre Ética e Imprensa. Companhia das Letras. São Paulo, 2000. * Um bom guia para os estudantes sobre a ética jornalística e o fio tênue que separa o certo e o errado.
30. KOTSCHO, Ricardo. Do Golpe ao Planalto. Uma Vida de Repórter. Companhia das Letras. São Paulo, 2006 * Kotscho é um dos grandes repórteres brasileiros. No livro, ele narra suas experiências até chegar a secretário de Comunicações do Governo Lula.
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