IV.
Como assim, não sabe o que é “efeito rodízio”?
Vocezinha nunca foi a uma churrascaria?
Então, vou lhe explicar.
Em todo rodízio é assim…
Você entra na casa no maior “desespero” a fim de comer todas as carnes possíveis e imagináveis. Depois da terceira picanha com alho, repare, pode vir até um bife de sola de sapato que você traça na maior, achando lindo maravilhoso.
É capaz até de dizer.
— Na boa, passa o vinagrete.
Instantes depois, vem o fastio e, na boca, aquele gosto esquisito de alho e gordura.
A partir daí, não chopp ou refrigerante que segure.
Só de ver os indefectíveis garçons a trafegar serelepes com aqueles espetos, vem o calafrio.
Sente os olhos saltarem, o estomago marear.
Daria qualquer coisa para estar na sua casa dormindo, de barriga para cima, no sofá da sala…
Por alguns meses, você sequer quer ouvir falar em rodízio.
É assim ou não é?
V.
Então, voltemos às minhas elucubrações sobre micaretas.
Peguemos a calculadora, minha cara.
Façamos as contas e as projeções.
A moça “fica” com cento e quatorze numa só noite.
Exagerei?
Só um pouquinho, diz você.
Ok.
Mas, agora preste atenção.
Vai que o homem da vida dela, o tal príncipe encantado como se dizia na antigüidade, pegue a senha e apareça ali pela casa do 98 ou 99.
Presumo que, certamente, ela não vai saber identificá-lo.
E aí, deixo claro para não me acusarem de machista que sou…
… aí vale o vice-versa.
VI.
Uma pena, não?
Os dois podem passar o resto da vida procurando um ao outro.
E, quer saber, pode soar antigo.
Mas, o certo sem mentira, a verdade muito verdadeira, é que não há nada que se compare na vida à chance, por vezes, irrecuperável, de viver um grande amor…
Por isso, moça bonita, fique esperta.