“Para mim, as prioridades culturais são que
as pessoas leiam mais, vão aos museus e
valorizem seu patrimônio. É preciso mudar
as leis de consumo cultural. O acesso à música
tem de ser livre, gratuito e de qualidade..”
Acho mesmo um privilégio nosso,
o Brasil ter um ministro
da Cultura com a luminosidade
de Gilberto Gil.
Aliás 1.
Postei sobre ele por esses dias.
“Recordações de um repórter”, dia 12.
Leiam.
Aliás 2.
Um pouco dessa luz Gil levou para
uma temporada na Europa.
O show chama-se Gil Luminoso.
Ele, voz e violão – mais o auxílio
luxuoso da percussão do filho Ben –
repassam os 40 anos de carreira do
cantor e compositor baiano.
A bem da verdade , o número redondo
vale mais para efeito comemorativo.
Desde o início dos anos 60,
Gil brinca de cantar e compor.
Em São Paulo mesmo, ele aportou
entre 64 e 65. Veio trabalhar na
Gessy Lever na área administrativa.
Gil, acreditem, é formado
Em Administração de Empresas.
Quem diria?
Nas horas vagas, mostrava suas
canções nos bares e becos da noite
paulistana. Elis Regina foi uma das
primeiras a gravar uma de suas canções,
o samba/protesto “Roda”.
“ Meu povo, preste atenção
na roda que eu te fiz
Quero mostrar a quem vem
aquilo que o povo diz
Posso falar, pois eu sei,
eu tiro os outros por mim
Quando almoço, não janto
e quando canto é assim”
Gil – também pela mão de Elis –
passou a integrar o cast de
O Fino da Bossa, programa
de enorme sucesso na
TV Record dos anos 60.
A partir daí, trocou os números
pelas harmonias, os balancetes pela
poesia, o terno e a gravata por roupas
psicodélicas na fase tropicalista.
Ganhamos todos, não?
Gil está entre os pilares da MPB,
queiram os críticos do ministro ou não.
A frase em epígrafe, ele disse ontem
em Barcelona, após apresentação.
Foi publicada pelo The Guardian e
revela um homem em sintonia
com o seu tempo — e além…