Tenho um programa de controle de visitas ao blog que me permite visualizar quais são as palavras chaves mais procuradas pelos internautas até que alcancem o supremo martírio de ler as bobagens que eu escrevo, com ares de poeta e alma de repórter vira-lata que sempre fui e serei…
Inevitável que, entre as mais procuradas, estejam ‘rodolfo martino’, ‘rodolfo carlos martino’, ‘blog do rodolfo martino’ e outras referências ao meu nome e ao site ou ao blog que mantenho no UOL.
Claro que outras expressões sempre se fazem presentes entre as mais mais, que, de resto, não são tantas assim. “Morar em Buenos Aires” – referência a uma crônica que postei em Parangolés – é uma delas. Outra expressão que me chama atenção pela procura é a “câimbra nas costas”. Estranho, né? Nem tanto, se pensarmos um bocadinho mais. Há um ou dois textos postados sobre a terrível experiência que vivi em minha estada no Chile há alguns anos. Uma “crise de dolor lombar”, como disse o doutor que me atendeu, me deixou prostrado três dias no leito de um hospital em Porto Vara. Sei, portanto, o tamanho do desespero que se nos abate quando a tal se pronuncia. Óbvio que, ensandecidos pela dor, recorremos a tudo em busca de solução para os nossos ais – inclusive ao São Google. Que, por sua vez, trata de remeter os desesperados ao meu singelo texto “Pelas Terras de Neruda”, que também na seção Parangolés.
Também aparecem alguns nomes de pessoas queridas que há muito não vejo – e que, por um motivo ou outro, são personagens queridos das minhas crônicas. Às vezes, me pergunto, se deveria tentar um contato com elas. Mas, depois me toco que elas sabem onde e como me encontrar e que talvez, muito provavelmente, não queiram ser importunadas. Coisa deste mundo moderno a cada dia mais virtual e sombrio aos olhos de quem nasceu no Cambuci nos idos de 50.
Bem, nove fora a nostalgia quase que inerente aos meus textos, voltamos às palavras chaves. Neste mês de julho que ora se finda, as que me deixaram mais comovidos foram as que se relacionaram ao texto “Retrospectiva Valiosa” – postado em Reportagens.
Trata-se, pois, de uma reportagem que fiz em junho de 1998 sobre a obra do artista plástico italiano Gino Bruno, que falecera um ano antes. É freqüente aparecerem pessoas que possuem telas ou apenas desejem trocar idéias com outras interessadas na obra do artista – contemporâneo de Bonadei, Ianelli, Portinari e Volpi que, como só e acontecer, morou e viveu grande parte da sua vida no Cambuci.
Interessante perceber – quase sentir – como os verdadeiros artistas driblam o tempo e flertam com a eternidade.
* Em tempo.
Gino Bruno morava próximo do Jardim da Aclimação, região que em priscas eras pertenceu ao Principado do Cambuci.