Rescaldo das urnas em São Paulo:
•Impossível dissociar a eleição na cidade de São Paulo do pleito presidencial de 2010.
•Há um grande vencedor e as urnas não deixaram dúvidas. Gilberto Kassab, o atual prefeito surpreendeu e é favorito para se reeleger nessa reta de chegada.
•Fácil identificar que a TV foi determinante para que Kassab se consolidasse como uma candidatura viável – e, até certo ponto, renovadora. Partiu de índices modestos que o colocavam em terceiro lugar e atropelou forte no final. Está em alta, e ainda parece ter fôlego para o segundo rounde.
•O eleitorado de São Paulo adora um “ismo” – e não é de hoje. Adhemarismo, janismo, malufismo. Talvez o kassabismo seja o novo fenômeno que indica uma certa tendência à direita e ao centro.
•A partir daí – e da pífia votação que Maluf recebeu ontem – não é exagero dizer que Kassab passa a ser nome forte deste segmento mais conservador do eleitorado paulistano, com ramificações por todo o País.
•À distância, é possível constatar outros dois vencedores: o presidente Lula e o governador José Serra. Seus candidatos – Marta e Kassab – foram para o segundo turno.
•Projeta-se, então, uma disputa presidencial em 2010 a partir desses dois nomes.
•Serra, candidatíssimo pelo PSDB; aliás como deveria ter acontecido em 2006.
•Não um sucessor dentro das lides petistas para Lula, o que só açoda a gula de eventuais candidatos a candidatos.
•A tese do terceiro mandato foi mesmo para as cucuias, salvo mudança repentina nos ventos.
•De qualquer forma, Lula aparece hoje como mentor eleitoral do eventual candidato da situação; preferencialmente saído da legenda do PT.
•Hoje. é notória a preferência de Lula pela ministra Dilma Roussef para sucedê-lo, mas há graves restrições ao seu nome entre os aliados governistas – especialmente dentro do PT.
•Há quem veja possibilidades claras de aliança no futuro. Não se deve subestimar os nomes de Ciro Gomes e Aécio Neves entre os cotados.
•Difícil para o PT será entregar os anéis.
•Em ocasiões anteriores, perdeu os dedos mas não se abriu para conversas.
•De resto, o vereador mais votado de São Paulo foi o ex-secretário de Educação, Gabriel Chalita, do PSDB, com mais de 100 mil votos. O pagodeiro Netinho de Paula, aquele, foi o terceiro mais votado, aproximados 85 mil votos. Netinho saiu pelo PC do B e sua expressiva votação abriu vaga para mais três nomes do Partidão.