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Maradona e Marceleza. Que dupla!

É um exagero dizer que Maradona no comando técnico da seleção da Argentina é o mesmo que colocar a raposa para tomar conta do galinheiro.

Quem fez a comparação foi o amigo Marceleza que ontem me visitou, aqui em são Bernardo, depois de uma longa ausência. O homem mora em Taubaté e é o manda-chuva da Comunicação da Unitau, além de mandar prender e mandar soltar em outros segmentos da nobre sociedade valeparaibana.

Rever o amigo é sempre muito bom. Demos muitas risadas lembrando os tempos em que dávamos aulas juntos aqui na Metodista e, por algum tempo, nos cursos do Sindicato dos Jornalistas, em São Paulo

O Marceleza é Fluminense, mas não dei a ele sequer tempo de me zuar pela recente derrota do meu Palmeiras frente ao Flu, por escrachantes 3 a 0.

Fui logo justificando:

— Que que há, Marceleza, somos clubes co-irmãos. Corremos o risco de perder o título, mas nunca deixaríamos o Flu na zona do rebaixamento.

Óbvio que o futebol monopolizou o papo.

O amigo ainda não se conforma da tragédia que se abateu sobre o Maracanã quando o Flu foi derrotado pela LDU na final da Libertadores.

— Meu querido, que dor nos córneos. Foi o dia mais triste da minha vida.

Apenas, sorri solidário, pois já vive esse tipo de drama com o meu Palmeiras, duas vezes.

A saber: em 2000, quando o Boca nos derrotou em pleno Parque Antártica, e em 1961, quando perdemos a Libertadores no Pacaembu para o Peñarol do Uruguai. O grande Djalma Santos, lateral direito bicampeão mundial, primeiro jogador brasileiro a jogar na Seleção da FIFA, foi fazer uma embaixada, perdeu a bola e gol dos gringos. Foi um arraso total. Chorei feito criança [que, aliás, eu era; tinha nove pra dez anos].

Nem vou dizer que passamos batido pela Seleção de Dunga e seus pseudos craques até chegarmos à indicação de Maradona. Nem eu, nem ele e provavelmente até quem nomeou acredita que vá dá certo. Mas, achamos válida a tentativa. Ou seria divertida?

Imaginem a cena e o espetáculo midiático interplanetário que será o Craque dos Craques à beira do gramado? Difícil vai ser se livrar do cara, se não der certo…

Me veio à mente uma história que dizem aconteceu em São Paulo, em 1982. Franco Montoro se elegera governador do Estado e nomeou o próprio filho para um cargo de importância no Palácio do Governo. Assim que o então governador encontrou o deputado Ulysses Guimarães, presidente do PMDB e político de maior projeção à época, foi logo lhe avisando da nomeação.

Ulysses foi logo lhe alertando:

— Nomear é fácil. Exonerar é o drama. Você terá dois problemas. No Governo e em casa.

Toda vez que a seleção argentina se der mal, haverá um culpado – e este nunca será Maradona. Que, para os argentinos, está acima do bem e do mal.

Enfim…

Eles que gostam de tango que se enrosquem.

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