Hoje, minha isenção jornalística vai paras as cucuias.
Corro esse risco conscientemente.
Ninguém consegue ser neutro quando fala/escreve sobre futebol.
Nem aqui, apaixonados que somos; nem em lugar algum do mundo.
Com autoridade de quem viu jogar alguns goleiros no Palmeiras – Aníbal, Valdir, Rosan, Picasso, Maidana, Chicão, Leão (e os reservas Fininho, Doná e Tonhão), Gilmar, João Marcos, Martorelli (de triste lembrança, em 86), Zetti, Ivan, Velloso, Sérgio, Marcelo, Diego Cavalieri e Bruno – posso dizer sem medo de errar:
Marcos é o melhor de todos eles.
E olhe que não me é simples dizer o que disse acima.
Quando garoto, sempre que jogava no gol queria ser igual ao Valdir Joaquim de Moraes, goleiro do supercampeonato em 1959 e da primeira Academia alviverde. Torci como nunca para Leão nas duas copas do mundo em que foi titular da seleção brasileira (74 e 78) e achei um erro do mestre Telê Santana não levá-lo para a Copa de 82.
Outros nomes relevantes: Zetti e Velloso. Foram os ídolos do meu filho que se aventurou a uma carreira no esporte até completar 18 anos, quando parou com a bola na equipe de juniores da Portuguesa de Desportos. Temos – eu e ele – em casa a camisa com que Zetti atuou num jogo contra o Flamengo e outra de Velloso numa festa de congraçamento dos atletas, ainda quando ele começava a carreira.
Isto posto, desconfio ter um considerável currículo sobre os camisa 1 palmeirenses. Só não posso compará-lo a Oberdan Cattani porque esse só o pai viu e jogar – e me contava: o homem era impressionante.
Mas, deixemos o grande Oberdan posto em sossego.
Nada, nada contabilizo aí, no mínimo, 50 anos de Palestra. Por isso, estou à vontade para reafirmar:
Marcos é o melhor de todos.
Se ontem ele errou, no gol do Grêmio, e fez o que fez ao desesperar-se no ataque, é porque o cara ama o Palmeiras além da conta.
E é preciso que, mesmo que não se justifique se entenda!
Por outra, vale analisar a questão do “sair como São Marcos”, como ontem lembrou o técnico Vanderley Luxemburgo ao criticá-lo. Seria interessante um esclarecimento que os jornalistas mais ligados em estatísticas e comparações poderiam fazer mais consistentemente:
Toda vez que Marcos foi apenas Marcos – e não o São Marcos com suas defesas milagrosas – o Palmeiras “do melhor técnico do Brasil e, quiça, do mundo” perdeu.
E perdeu feio, como ontem, sem alma e sem coração…