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O Barqueiro de Paraty

Numa das tardes de sábado deste novembro que se foi, encontro o amigo, jornalista e escritor Odir Cunha numa das livrarias de um shopping aqui no ABC, onde moro. Ele está lançando o livro O Barqueiro de Paraty, pela Mundo Editorial e faz ali uma tarde/noite de autógrafos.

Ao rabiscar uma carinhosa dedicatória com sua letra de médico plantonista, o amigo pede que eu faça um comentário assim que terminar a leitura.

Odir, meu caro…

Li o livro naquele mesmo fim de semana, e fiquei adiando a hora de lhe escrever.

Não sei exatamente o motivo.

Talvez porque seja um pouco a história de todos nós, escribas acima de 50. Especialmente aqueles que se encantaram com as inquietações do jornalismo em anos idos e vividos, quando o País vivia um período obscuro e nos imaginávamos – talvez ingenuamente – a luz dos novos tempos.

Hoje, o jornalismo vive um processo de mecanização, oco e preocupante.

Sei que isso lhe entristece tanto quanto a mim.

Aliás, uso em sala de aula um texto desabafo que você fez nos tempos em que era editor do Jornal da Tarde. Sobre a insegurança e a competição exacerbada entre os novos profissionais. Lembra?

Mas, deixemos as redações e seus dramas existenciais para lá.

Voltemos ao livro.

Eu o saboreei como se estivesse lhe ouvindo contar a própria saga. As venturas do personagem Pedro as confundi com as do amigo Odir até que se descobrisse seu verdadeiro caminho: ser um escritor.

Por isso, torci muito por um final feliz para história.

Quando constatei, lá entre os anexos, a relação de obras do autor, o tanto de livros que publicou nesses três, quatro anos que não nos víamos, falei para mim mesmo:

Esse é o cara. Soube fazer de um sonho longínquo uma bela realidade.

Você a merece, meu caro.

Por falar em beleza…

Assim que entrar em férias, um pulinho a Paraty será inevitável…

Um abraço.
rodolfo

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