Vou ser sincero.
Ainda não achei o jeito de tocar o blog em 2009.
Normalmente chego das férias repleto de histórias e ideias para o blog.
Neste ano, parece que a ficha do blogueiro ainda não caiu.
É certo que os afazeres do trabalho se multiplicam e tomam meu tempo e minha atenção.
À noite, estou em farrapos quando chego em casa.
Como agora, por exemplo.
II.
Tento me consolar.
Digo a mim mesmo que é natural o descompasso após dias e dias de estio. Absolutamente desconectado de tudo e de todos num paraíso chamado La Barra, nos arredores da acolhedora Punta Del Leste, no Uruguai.
Um paraíso de praias sem grandes encantos, de águas frias mesmo no verão. Onde as casas não têm muros ou cercas, com janelas e varandas que se escancaram para o mar. Escurece depois das 21 e a vida não tem hora para acontecer, embora preferivelmente vare madrugada adentro.
“Somos tranquilos, tranqüilos”, me garantiu o funcionário do atendimento ao turista. “Aqui, os visitantes têm basicamente três atrações: as praias, as galerias de arte e os restaurantes e bares para o fim de noite”.
III.
Vou continuar sendo sincero com meus cinco ou seis fiéis leitores.
Queria estar ali, na escadaria de madeira que vai dar na pequena praia de Montoya.
Queria estar ali a olhar o por do sol sobre o mar.
Deixar que o vento do sul levasse para onde bem entendesse as aflições e os desejos do novo ano.
Ficar em paz…
IV.
Nunca entendi direito esse sentimento de ventura quando estou em determinados lugares que não são meus. Parece que os conheço de outros tempos. Alguém me disse que somos eternos viajantes na longa estrada da vida. Reconheço minha essência nômade e, posso lhes garantir, me descubro plenamente feliz quando ponho o pé na estrada.
A volta, como podem ver, é que são elas.