A decisão mais inoportuna e descabida da semana veio do primeiro ministro italiano Sílvio Berlusconi ao rejeitar a ajuda internacional, oferecida por diversos países, para o resgate das vítimas do terremoto, que deixou centenas de vítimas na região de L’Aquila, a capital de Abruzos ao sul dos Alpes, a 95 quilômetros da capital, Roma.
Até a última notícia que li eram 279 mortos, milhares de feridos e desabrigados. Além do que, os responsáveis pelos trabalhos de remoção dos escombros não tinham quaisquer esperanças de encontrar algum desaparecido com vida. O abalo sísmico também destruiu 70 por cento o centro histórico da aldeia.
Em situações assim, a rápida ação das equipes de resgate – não precisa ser um especialista para saber – é fundamental. O tempo de ação é fator de vida ou morte.
O gesto de Berlusconi se revela ainda mais despropositado ao aparentemente vangloriar o orgulho cívico do povo da Velha Bota.
Que tolice.
Desde Marco Polo, há italianos e descendentes que se espalham pelos quatro cantos do Planeta. Cidadãos do mundo que se sentem, de forma atávica, emocional e transcendente, tão italianos quantos os que lá vivem e hoje choram as mortes e as perdas que o abalo provocou.
Exemplo singelo, mas eloqüente: na noite de quarta-feira, diante do Sport de Recife, os jogadores do Palmeiras usaram uma braçadeira preta em sinal de luto.Um gesto de sincera solidariedade. O clube, afinal, é um pedaço da Itália no Brasil.
Querem outro, surpreendente até?
Deu ontem em O Estado de S.Paulo: a popstar Madona pretende doar 500 mil dólares à Prefeitura local em auxílio às vítimas da tragédia. Os avós maternos da cantora são daquela região – e ela, segundo porta-voz, ficou consternada com o drama que entristeceu a Páscoa dos italianos e de todos nós, oriundos ou não.
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