Entre as gôndolas do supermercado na tarde do domingo, ouço a voz da garota – uns 18, 19 anos, se tanto – a divagar em voz alta sobre o que a espera na manhã desta segunda:
— Aposto que vamos ouvir um tantão de conselhos para evitar o contágio da gripe suína. Coisas que todos já sabem de cor: lavar as mãos, evitar aglomerações e, se estiver com algum sintoma de gripe, nem aparecer na escola.
A mãe sorriu :
— Thays!!! Não inventa moda…
Desde junho em casa, de férias, é de se imaginar a relutância dos quase 12 milhões de estudantes que hoje voltam às aulas em quatro estados brasileiros, incluindo São Paulo. Reconheça-se não é nada fácil acordar com a luz do sol nessas ainda frias manhãs de agosto ou mesmo emendar a rotina do dia de trabalho com as aulas da noite.
Mesmo assim, não era o caso da jovem do supermercado, que bem pode ser aluna da Universidade Metodista onde trabalho.
— Imagina, mãe. Bate na madeira. Isola (toc, toc, toc). Estou louca de saudade do pessoal.
Não sei se ela inclui os professores no rol da “louca saudade”.
Suspeito que de alguns, sim; de outros, nem tanto. Muito pelo contrário. Afinal, a vida é feita de escolhas e simpatias.
De qualquer modo, todos aqui, na Universidade, os esperamos com os avisos de praxe, a programação do novo semestre e, de quebra, um vídeo institucional e um jornal com alertas sobre a Influenza A para que a vida, outra vez, se faça plena – e finalmente recomece…
FOTO no Blog: Jô Rabelo