Compreendo e justifico o desabafo de Muricy.
Primeiro, porque os deuses do futebol literalmente tomaram a bola do Verdão e, ao que consta, tão cedo não pensam em devolvê-la, haja visto o pênalti cobrado por Wagner Love.
A bola foi para as nuvens. Invadiu a morada dos ditos-cujos deuses.
Não sei se eles gostaram…
Ou seja, Muricy tinha bons – ou péssimos – motivos para estar no limite, como bem (ou mal) demonstrou na coletiva de ontem, após a derrota do ainda líder Palmeiras para o Flamengo, em pleno Palestra Itália.
E tem mais.
Assim como eu, o técnico acompanha os programas esportivos no rádio e na TV.
Assim como eu, ele ouviu o que eu ouvi e viu o que eu vi.
Só que eu posso mudar de emissora a hora que bem entender.
Como profissional da área interessado que é, Muricy tem de saber o que estão dizendo sobre o seu trabalho.
E o que diz a seleta crônica esportiva…
Que o Palmeiras está há 16 rodadas na liderança do Brasileirão, mas não é a notícia.
A notícia são os clubes que supostamente estão “atropelando”.
A saber:
O bicho-papão São Paulo.
O Inter, de melhor elenco do Brasil.
O Atlético, de Minas, que fez as melhores contratações.
O Grêmio, nas mãos do estrategista Paulo Autuori.
Falaram até do Corinthians para a conquista da almejada tríplice coroa.
O clube da vez é o Flamengo, já anunciado com loas e proas de campeão.
Claro que não é hora de radicalizar.
Há quem fale do Palmeiras.
Mas, o que falam esses senhores?
Que o Palmeiras é líder graças ao trabalho do Jorginho.
O time jogava com alegria.
Foi quando a equipe deslanchou.
Ah! há também os que enaltecem a competência do presidente Belluzo.
Os milagres de São Marcos.
As jogadas de Diego Souza.
Bem merecidos os elogios, mas o que dizem a respeito do trabalho do técnico tricampeão brasileiro?
“Previsível.”
Ou seja, parece que o Muricy foi entregar um telegrama no Parque Antártica e o contrataram para treinar a equipe.
Também não é assim, rapaziada.
Pau que bate em Chico bate em Francisco também.
* FOTO NO BLOG: Camila Bevilacqua