Gosto e não gosto de escrever sobre futebol.
É uma das raras coisas que ainda mexem comigo nessa altura da vida.
Não gosto porque, quando “garro” na conversa, fica difícil de largar.
Nada, nada já vou para o quarto post seguido sobre o assunto.
E nem falei do quase gol de Obina e do desabafo do presidente Belluzo…
É que vou ligando uma lembrança à outra, a outra a uma e por aí vou indo, vou indo e acabo fondo…
Falo lembrança e peço que me entendam.
Particularmente considero que a nossa paixão pelo futebol tem o ápice quando somos crianças.
Os boleiros parecem superhomens, invadem nossos sonhos e aspirações.
É o que imaginamos ser quando nos transformarmos em adulto.
Por isso, vira-e-mexe, retomo àquele tempo de reinado e encantamento pelas plagas do Reino Unido do Cambuci.
Antes de terminar, e ainda sobre o costume de ter um time em cada lugar, algo mais me intrigava naqueles tempos idos, além do amigo(?) Betão que pegava literalmente no meu pé: o fato de que éramos extraordinariamente “bairristas”, como se dizia então.
Explico.
Sempre que jogava um time de São Paulo contra outro do Rio, não tínhamos a menor dúvida em torcer pelo representante paulista.
Era comum irmos assistir a todos jogos que aconteciam no Pacaembu.Até porque crianças até 12 anos não pagavam ingresso. E, vou lhes dizer, íamos lado a lado de corintianos, palmeirenses, são-paulinos e santistas (mas, aí era até covardia porque ver Pelé & Cia jogar era mesmo um espetáculo) para sinceramente torcer contra os adversários cariocas.
Diferentemente do que hoje acontece.
A rivalidade entre os co-irmãos é bem mais acirrada.
Pode parecer uma heresia.
Mas assim é que era…
* FOTO NO BLOG: Jô Rabelo