Uma antiga história…
Lá pelos idos de 1961/62, o Palmeiras contratou a revelação do campeonato paulista, o centro avante Picolé, que jogava no São Bento de Sorocaba. O garoto tímido – mas, artilheiro nato, um estilo parecido como o de Keirrison – viria para disputar posição com o titular de então, o veterano Vavá. Como o Peito de Aço era nome certo na convocação para a Copa do Mundo do Chile, abrir-se-ia a oportunidade de Picolé se firmar na equipe. Bastava jogar o que jogou e fazer os gols que fez na temporada anterior pelo pequeno São Bento.
Aproveitando a deixa e o curioso apelido do rapaz, o apresentador da TV Tupi, Jerdi Gomes, tascou-lhe a seguinte pergunta no programa esportivo que a emissora exibia no horário do almoço:
— Picolé, quer dizer então que você veio para o Palmeiras e vai aproveitar esses jogos para congelar o Vavá?
A resposta me é inesquecível:
— É o que eu quero. Mas o Vavá também pode voltar e me derreter.
Foi o que aconteceu.
Desconfio que são esses ‘congelamentos’ próprios ao futebol que melhor explicam o inverno em plena primavera quase verão da atual fase do Palmeiras. O Verdão perdeu o campeonato mais ganho entre tantos que o time disputou.
Evidente que meninos como Souza, Maurício, Diego Souza, Armero e outros se congelaram quando se viram na iminência de abrir significativa vantagem sobre os demais competidores. Seriam, assim, naturalmente campeões brasileiros.
Óbvio que a série de contusões – Maurício Ramos, Pierre, Edmilson e Cleiton Xavier – também contribuiu para evidenciar que o elenco do Palmeiras não tem a têmpera de vencedor.
Do Wagner Love, nem falo.
Ele voltou congelado da Rússia.
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