Como vocês já devem saber, o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzo, entrou em outra enrascada, como vocês já devem saber.
Circulou ontem um vídeo na internet em que o professor Belluzo participa de uma festa em uma torcida organizada e, de microfone em punho, entoa um refrão maledicente contra uma torcida rival.
–Vamos matar os bambis.
Não pegou nada bem.
Diria mesmo que foi a gota d’água.
Acabou de acabar com a fama de que enfim o futebol ganhara um cartola letrado e mais do que preparado para exercer o cargo.
Claro que ele tentou se justificar.
A coisa toda aconteceu em agosto – e não ontem.
O time vinha bem.
Era uma festa e coisa e tal.
Um momento de descontração.
Um momento pessoal de torcedor, fanático que sempre foi
Não colou.
Levou – e está levando pau de todos os lados.
Há o que chamam de liturgia do cargo.
Afinal, o presidente de uma instituição como o Palmeiras é um presidente, e precisa portar-se como tal em todas as ocasiões em que se fizer presente.
Será?
Não sei. Sinceramente…
Ando um tanto desacorçoado com meus coleguinhas da imprensa esportiva e suas verdades absolutas e abalizadas opiniões.
Que, de resto, em nada me interessam.
Mas, este é assunto para outro post, para outro dia.
O que me assusta mesmo é essa deduragem eletrônica a que estamos todos expostos. Essa coisa ‘youtubesca’ que faz qualquer vacilo de um ser vivente transformar-se em notícia bombástica a açodar os ânimos dos ‘patrulheiros’ – todos bom moços – a nos dizer como deveria ser e não foi.
Exemplos não faltam: a Cicarelli na praia, a moça da Uniban, o ‘xarope’ que brigou com a namorada e disponibilizou fotos íntimas na net…
Lá no mais antigo dos anos, fez sucesso o livro ‘1984’, de George Orwell.
Falava do onipresente Grande Irmão que a tudo via e a tudo julgava.
Não acreditei que chegássemos a este ponto.
Mas, pensei à época, se a coisa acontecesse, um dia, sei lá, seria muito chato.
Não imaginei, porém, que seria tão perigoso – e facistóide.