Sou das antigas.
E descendente de calabrês.
Meu pai, o Velho Aldo, dizia que na Calábria havia o seguinte dito popular:
— O que eu não entendo, eu estranho…
Pois então.
Vou lhes dizer: confesso não entender bem como acontecem os relacionamentos nos dias de hoje. Essa história de peguetes, ficantes, beijos triplos, quádruplos, namorildos, congêneres e afins.
Vai daí que, nessas férias, tentei algum esclarecimento junto à rapaziada entre os vinte e os trinta. Saí do bate-papo com a sincera impressão de que eles não sabem bem onde as coisas começam, muito menos (ou seria, muito mais?) onde e como terminam.
Sei que se divertem.
Na roda-viva em que vivem (pré-balada, balada e pós balada), não perdem tempo.
Como os escoteiros do meu tempo de garoto, estão sempre alertas.
Ou seja, prontos para outra.
Aviso logo, para não me rotularem de quadrado:
(Até porque meus 90 e tantos quilos não permitiriam.)
Não tenho nada contra, nem a favor.
Só continuo sem entender, o que nada muda para eles e para mim.
Enfim…
Todo esse conversê para lhes contar a definição que me deram de como a coisa funciona noite adentro.
Fiquei com a certeza de que não há parangolés, nem promessas vãs.
A regra, para eles, é clara:
"Quer romance?
Vai ler um livro.
Quer amor?
Volta pra casa da mãe."
Faço-lhes outra confissão.
Continuo sem entender. Mas, já não estranho tanto.
FOTO no blog: Jô Rabelo