Tive o privilégio ontem de rever Germano Mathias, o sambista de São Paulo, que fez uma divertida apresentação no “Sr. Brasil”, programa que outro notável, Rolando Boldrin, comanda na TV Cultura.
Aos 7.5 de idade e sabedoria, Germano cantou, tocou (imitou trombone com a boca), brincou com o auditório e sambou feito o rapazote que, a bem da verdade, ele nunca deixou de ser.
No repertório do programa, Germano incluiu sambas do inesquecível Ataulfo Alves. Entre eles, dois em parceria com Mário Lago: “Covarde” e “Amélia”.
Uma delícia.
Além da alegre cantoria, Boldrin lembrou causos dos tempos em que ele e Germano serviram o Exército. Lá pelos idos de 1954.
No Batalhão, eles eram conhecidos pelos apelidos.
Boldrin era o Boy – ele não explicou o porquê.
Germano, o Madureira – por viver cantando o samba “Chorou Madureira”, de Haroldo Lobo e Milton Oliveira, gravado por Araci de Almeida.
Madureira tinha fama de valentão. E encrequeiro.
Tanto que Boy o conheceu quando ‘puxava uma cana pesada’ no xilindró do quartel.
Só ontem, aliás, Madureira explicou o motivo daquela "licença forçada".
Depois de um longo exercício de marcha, o sargento liberou a tropa para um breve descanso. O soldado raso Madureira não teve dúvidas. Tirou a pesada mochila das costas e ajeitou-a na estátua de Duque de Caxias que havia no pátio do quartel.
Quando os praças lhe perguntaram por que estava fazendo aquilo, Madureira consolidou o delito por desrespeito à imagem do patrono do Exército:
— Ele que inventou essa história. Então, ele que carregue esses trecos.
Mal acabou a frase, ouviu a voz do sargento.
— C A D E I A.