Como ia dizendo no post de ontem, Escova, o filho exemplar, fez duas exigências para aprovar a mudança de Dona Rosinha.
Antes de ouvi-las, porém, Dona Encrenca já havia resolvido topar.
Afinal, tem certas coisas na vida que não tem preço.
Finalmente, ela seria a rainha do lar do sobradinho da rua Vemag.
Que, aliás, já estava precisando de uma mão de tinta. E ela, só ela, escolheria a cor. Sem pitacos, nem palpites da sogra.
Poderia mudar os móveis de lugar.
Servir o almoço e o jantar na hora que bem entendesse.
Deixar a TV ligada o dia todo.
E, suprema conquista, ir e vir ao Carrefour quantas vezes quisesse e, toda gabola, pilotar o carrinho de compras pra lá e pra cá, sem ter que dar satisfação a ninguém, muito menos à Dona Rosinha.
Só de pensar em tamanha felicidade, aprovou as exigências antes mesmo de saber quais eram.
Para ser sincero, foram razoáveis as imposições de Escova, o filho exemplar.
Primeiro: ele deveria ir ficar com a mãe as primeiras semanas. Até que Dona Rosinha se habituasse à nova rotina.
Fazia sentido.
A segunda era mais delicada.
Mas, como trato é trato, também foi aceita sem restrições.
Escova escolheria, pessoalmente, a pessoa que seria uma espécie de acompanhante de sua mãe. Seria assim uma espécie de faz-tudo, um misto de enfermeira, cozinheira, uma quase amiga que a socorreria em qualquer emergência.
Inclusive, o ideal mesmo é que ela morasse com Dona Rosinha.
Não preciso dizer mais nada…
Foi por essa brecha que Jane, uma linda morena de quase 20 anos e incontáveis atributos, pôde deixar São Miguel Paulista, onde morava com uma tia distante, e vir morar pertinho do homem da sua vida.
Preciso dizer quem era o cara.
Ele mesmo: o Escova.
Que demorou quase ano para voltar ao sobradinho da Vila Capocha e aos braços da Dona Encrenca.