Da série Futebol e Imprensa (3)…
Futebol é pra homem.
Ouço essa máxima desde tempos idos.
Quer fazer graça, faz.
Segura a onda depois.
É do jogo: passar o pé sobre a bola, fazer embaixadinha, dar caneta, rolinho, chapéu (preferencialmente com a bola em jogo)…
Não reclame se o adversário vier forte na jogada seguinte.
Também é do jogo.
Não entendo tanta polêmica em torno do jogo de ontem.
Nem o chororô do técnico Dorival Júnior.
Foi um jogo pontuado pela marcação rígida dos palmeirenses.
Deslealdade, só no lance do Neymar, punido acertadamente com o cartão vermelho.
Aliás, nunca entendi direito os critérios dos cartões que os juízes adotam.
Desconfio que nem eles mesmos têm clareza das decisões.
Estranho pra caramba quando os príncipes da crônica esportiva ficam tergiversando sobre futebol arte e de como proteger os garotos bons de bola.
Fico com a sincera impressão que não são do ramo. Não calçaram chuteira e foram para o embate numa várzea do Glicério da vida.
Ali, sim, a regra era clara.
Não havia cartão. Jogava-se na bola.
Quando um ou outro ignorava, aí, o tempo fechava…
Posso lhes garantir que sobrava futebol arte, e não havia tantos malandros-otários.
Não existia cotovelada. Se acontecesse, até os jogadores do mesmo time iam pra cima do ‘briguento’. O motivo era óbvio: o cara estava querendo acabar com o jogo.
Joguei pouco futebol na vida…
Do futebol de rua na Muniz de Souza aos campos esburacados da várzea paulistana.
Dos onze anos, quando estreei no infantil do Santos do Cambuci, aos cinquenta e tantos, defendo o Diário do Grande ABC, na célebre Copa Nike para a Imprensa esportiva.
Desisti quando, ao marcar um golaço de pênalti, um gaiato gritou lá da platéia:
— Boa, Sean Connery!
Acho que posso falar com algum conhecimento de causa.
Essa garotada do Santos é boa de bola.
Mas, tem uma longa estrada de aprendizado pela frente.
Precisam jogar o jogo e saber que não é todo o dia que vão pegar um Naviraiense cansado pela frente.
Nós, jornalistas, precisamos para de forçar uma situação.
Os tempos são outros…
Às vezes, tantos elogios, tanta pretensa proteção fazem mais mal do que bem.
Adriano, Robinho, Wagner Love estão aí…
E não deixam o Sean Connery dos blogueiros mentir sozinho.
* Só mais uma coisa: o Ganso é melhor que o Neymar.
** FOTO NO BLOG: Camila Bevilacqua