Lembro de Jackson do Pandeiro dos meus tempos de criança.
Ele e a parceira Almira peregrinavam pelas atrações musicais da então TV Tupi – Clube dos Artistas, Almoço Com as Estrelas, entre outras – desfiando uma leva de canções sacudidas e que acabaram por entrar para a história da nossa mais castiça música popular – as mais famosas são “Chiclet Com Banana” e “Sebastiana”.
Era divertido vê-los em cena. A voz cadenciada pelo baticum do pandeiro completava-se com figurino espalhafatoso de Jackson em que, além da camisa vistosa, o destaque era um chapéu de aba curta.
A dancinha de Almira, no compasso da música, era qualquer coisa. Praticamente quicava de um lado para outro do palco, em passos miúdos e ritmados.
Eram duas baitas figuraças que as tendências musicais dos anos 60 engoliram, mas não conseguiram fazer desaparecer.
Especialmente Jackson do Pandeiro ainda hoje é referência para os novos criadores da hoje chamada MPB. De Gilberto Gil e Alceu Valença a Zeca Baleiro, entre muitos.
A trajetória musical de Jackson do Pandeiro é tema do projeto multilinguagens que o SESC Santo André inaugura hoje, a partir das 20 horas, e que vai se estender até 23 de maio. A mostra chama-se “Jackson do Pandeiro – A Trajetória do Rei do Ritmo” e destaca a obra do músico paraibano em uma programação integrada, com shows (destaque para Zeca Baleiro nesta sexta á noite), palestras (o professor Antônio Andrade vai falar da Era do Rádio) e até a área culinária (A Gastronomia Pelos Caminhos de Jackson do Pandeiro).
* Mais informações: www.sescsp.org.br
** FOTO NO BLOG: Acervo de Fernando Moura