O futebol é uma representação da vida.
Quem duvidar, que duvide!
Depois de muito refletir sobre os círculos concêntricos que se formam a partir de pedra que se atira à flor d’água de uma lagoa, cheguei à seguinte conclusão:
Tanto na vida como gramado, as pessoas se dividem em quem pode e quem não pode dançar o Reboletions.
Sei que aos ouvidos da média (com pão e manteiga) dos homens essa assertiva pode soar a mais fina flor do existencialismo filosófico e cousa e lousa.
A bobagem das bobagens.
Um retumbante besteirol.
Sim e não. Mas, creiam, é a mais pura verdade dos nossos dias.
Mesmo nos píncaros desta sociedade digital, o homem e o craque se redimem de todos os males – passados, presentes e futuros – ao fazer a transcendental indagação:
— Devo ou não devo dançar o “Reboletions”?
Não é simples. Ele precisa estar apto.
Quem tem mais de 35 já sabe: está fora.
Os tristes, os rabugentos e similares (na vida), também.
Os truculentos, os canelas duras e afins (no futebol), idem.
Ilustremos com exemplos nossas reflexões.
Mercê do futebol alegre e envolvente que vêm jogando, a molecada do Santos está à vontade para as tais dancinhas que, queiramos ou não, têm por inspiração o Reboletions, aquele mesmo que fez a hora no carnaval baiano
Já os atletas do Palmeiras – lembram? – bem que tentaram dar seus requebros; frenéticos, por sinal. Mas, foi só uma vezinha, e olhe lá. Chegaram quando muito a um arremedo da tal dancinha, mui acertadamente intitulada de Armerations.
Como vivem uma fase entre os tristes e os canelas duras, hoje são meros espectadores das finais do Paulistão – e estão distantes de tamanho sortilégio.
Há uma exceção em toda a face da Terra: Messi, o craque do Barça.
Ele está com tudo – e não está prosa.
Pode dançar todas as danças.
É o Rei da bola e da alegria.
Eu, que enquanto jogava bola estava entre os truculentos e agora caminho entre os rabugentos e similares, só tenho uma única preocupação: será que o Reboletions made in Brasil sobrevive à Copa 2010?