Trago-lhes a poesia de Quintana,
Porque não ando lá essas coisas em termos de inspiração.
Também porque o dia foi aquela correria,
E o tempo que o tempo sempre tem
Deu um jeito de me engolir
Em meio aos compromissos cotidianos.
Por outra, acho até bom.
Em tempos de Copa do Mundo,
Influenciável que sou,
Ando falando muito de futebol…
Além do que, amanhã participo
De uma das mesas do Seminário de Jornalismo
Cultural, promovido e organizado pela Revista Cult
– e quero chegar bem no pedaço.
Segue o texto de Mário Quintana:
A CARTA
“Hoje encontrei dentro de um livro uma velha carta [amarelecida,
Rasguei-a sem procurar saber ao menos de quem seria…
Eu tenho um medo
Horrível
A essas marés montantes do passado,
Com suas quilhas afundadas, com
Meus sucessivos cadáveres amarrados aos mastros e gáveas…
Ai de mim,
Ai de ti, ó velho mar profundo,
Eu venho sempre à tona de todos os naufrágios.”
** Foto: Budapeste/arquivo pessoal