Fiz uma provocação ao jornalista Nélson Cilo e ao representante do Governo Federal, Kiko Cavalcanti, que participaram do debate sobre os prós e os contras da realização da Copa do Mundo no Brasil.
– Uma questão que não veio à tona em todas as discussões que ouvi sobre a Copa em 2014: vocês já pensaram se o tivermos um novo Maracanazo? Se o Brasil, por uma dessas idiossincrasias do destino, não for o campeão mundial como aconteceu em 1950?
E tentei explicar a súbita apreensão:
— Já não temos a hegemonia do futebol mundial como aconteceu entre 1958 e 1970 e mais recentemente entre 1994 e 2002, quando tivemos uma geração privilegiada que chegou, em ambos os casos, em pelo menos três finais a cada quatro torneios. Pato, Ganso, Neymar e outros que estão por vir do mesmo quilate e talento anunciado ainda precisam se consolidar como craques na acepção do termo – e talvez quatro anos não seja tempo suficiente.
Propus então as seguintes questões:
— Será que teremos a fidalguia de ver alguém erguendo a Copa em plagas brasileiras que não seja um dos nossos?
— Se for um hermano argentino, por exemplo. Qual a reação da massa?
— Seguirá pelas ruas, silenciosa e triste, como em cortejo fúnebre, como aconteceu nos idos de 50 ou terá uma reação violenta, como tem acontecido em tempos recentes?
— Como ficará a vida do técnico do escrete ou do goleiro que falhar, do atacante que não perder o gol que nos traria a glória?
Passamos dois blocos do programa falando que tememos a farra do boi com o dinheiro público. Que imaginávamos o tamanho da festa por receber um evento de porte planetário. Do legado que já anda um tanto estropiado do Pan do Rio…
Mas, eu, pelo menos, nunca me ative ao fato de que o Brasil talvez pudesse não ser o vencedor.
De algum modo, todos dividiram comigo essa nova polêmica. Que, obviamente, só poderá ser solucionada quanto a bola rolar em 2014.
O debate organizado pelos alunos de RTV da Metodista foi realizado nesta manhã.
Em síntese…
Cilo tem lá suas ressalvas quanto à realização do evento.
Acha que a cúpula da CBF centralizando a organização da Copa é como colocar a raposa para cuidar do galinheiro do dinheiro público.
Cavalcanti, por sua vez, aposta que será um momento para projetar o Brasil em âmbito mundial, com ênfase para o setor de turismo e a geração de um grande número de empregos.
De minha parte, após criar toda essa discussão, saí de lá mais confuso do que entrei…