Não serei eu um dos milhares de eleitores de Tiririca, o palhaço.
Também não aprecio em nada quando aparece no Horário Gratuito a fazer chacota do vão momento eleitoral que ora vivemos.
No entanto, caríssimos, em nome dos tais preceitos democráticos, creio ser do interesse geral a defesa do direito que tem todo e qualquer cidadão brasileiro de candidatar-se a um cargo público desde que nada o desabone em termos de antecedentes morais e criminais.
A bem da verdade, a não ser pela fantasia que usa como roupa, não vejo diferença entre o acinte que ele faz e outros que também pululam na propaganda eleitoral na TV. Ou alguém em sã consciência acredita no aerotrem, no legado do Clodovil, em tantos e tamanhos hospitais, estradas e outros bens públicos que, na maior cara de pau, a troupé anuncia realizar nos próximos quatro anos?
E olhe que nem falei no tal salário mínimo de 2,5 reais!
A conclusão óbvia é que Tiririca não está sozinho na jornada de subestimar a inteligência ou grau de sensatez do eleitor.
A diferença está mesmo só no visual.
Outro ponto propalado pelas críticas a candidatura de Tiririca – o respeito às instituições, alicerce natural do Estado de Direito – também não me preocupa.
O que dizer, por exemplo, do respeitável senador Eduardo Suplicy a vestir a sunga vermelha do Superhomem para satisfazer a vontade da ex-BBB, Sabrina Sato, e posar para as câmera do Pânico, da Rede TV? E toda a babação de ovo em cima dos humoristas do CQC quando invadem o Congresso, camuflados de repórteres, para satirizar quem encontram pela frente?
Não que não tenham motivo e razão de achincalhar quem merece – por inépcia – ser achincalhado. Só que, quando generalizam, correm o risco de transformar bons e ruins no otário da vez, inclusive quem os assiste.
Como podem ver, caríssimos, para o bem ou para o mal, resumo da ópera:
Tiririca não é o único.
** FOTO NO BLOG: Lucas Lima