Caminho um caminho e não encontro os olhos que procuro
Caminho um caminho e nada de você em meio à multidão
Tantos rostos, tantos abraços, tantos desvãos
Caminho um caminho e devasta-me o beijo de outros amores
Mesmo assim caminho um caminho – e é o que posso e tenho
Minha casa não é minha – está vazia, oca, vaga
Meu lugar não é mais aqui
Os sonhos que havia se perderam
Na desesperança e no tempo que tudo transformam
Caminho um caminho e vejo o ir-e-vir das estações
Vejo o jardim se desfolhar
Vejo o renascer das flores
O dia e a noite se desvendam, sem inquietações
O amor não existe sem a presença física.
Mas, o que é o amor
Caminho um caminho – e é o que posso e tenho
*Transcrevo hoje o poema do amigo Eduardo Salles.
Um tantinho de poesia e romance não faz mal a ninguém.