Tem dias que de noite é fogo.
Que história, a de que o mundo sempre conspira a nosso favor?
Só se ele estivesse em planeta errado.
Fosse de Marte ou Vênus ou, quem sabe?, do novo sistema solar recém-descoberto pelos cientistas.
Por aqui, era só pau que levava.
Ninguém o entendia, valorizava…
No amor, no trabalho, nas relações pessoais.
Não tinha voz, não tinha vez.
Era figurante da própria existência.
Seu único refúgio era a poesia.
Amava.
Naquele dia, caiu em suas mãos o livro com o poema de Quitana:
“Há todos aqueles
Que atravancam meu caminho.
Eles passarão.
Eu, passarinho.”
Leu. E não teve dúvidas.
Saltou pela janela, sem dar um piu.