Faço coro ao post do André Barcinski:
“Tábua de Esmeralda”, gravado Benjor em 1974, é melhor disco pop da história da música popular brasileira.
http://andrebarcinski.folha.blog.uol.com.br/arch2011-02-06_2011-02-12.html
Benjor, aliás, é uma das raras unanimidades nessa tal de MPB.
Nelson Motta já escreveu que a música de Ben tem clima de festa e universalidade.
"Desde sua estréia, ele sintetizou em seu violão a bateria de uma escola de samba".
"É o único de nós que pode se orgulhar de nunca ter feito uma música triste", arrematou, em tempos idos, Caetano Veloso, outro ardoroso fã do cantor/compositor de Rio Comprido, subúrbio da Zona Norte carioca.
"Eu faço uma música urbana, suburbana e rural, com raízes africanas, brasileiras e universais – explicou, certa vez a este modesto repórter, Jorge Duílio Lima de Menezes, um fagueiro cidadão do mundo que, aos 68 anos (não assumidos), mantém em evidência, um dos trabalhos mais criativos da chamada linha evolutiva da música popular brasileira.
Vale dizer que Babulina (apelido que ganhou na adolescência) orgulha-se de muitas coisas.
São fatos, personagens e paixões que invariavelmente acabam por habitar as letras de suas insinuantes canções. Orgulha-se do amor pelo futebol (só próximo aos 40 anos desistiu da idéia de ser jogador profissional do seu Flamengo, da sua religiosidade ("Sou um cara meio espiritual, meio rosacruz, um alquimista musical") da mulher e musa Domingas Tereza, dos filhos Tomazo e Gabriel, da sua Banda do Zé Pretinho, e do contingente de amigos que literalmente o idolatram como a um grande mestre. Entre eles, Chico Buarque, Gilberto Gil (que, em 75, gravou um definitivo álbum duplo (Gil Jorge), Rita Lee, Lulu Santos, Titãs, Kid Abelha, Paralamas, entre outros.
Lá pelos idos de 89 trocou de nome artístico. De Jorge Ben para Benjor, e explicou:
“Benjor é um beduíno, um guerreiro nômade. Quando fui no I Festival da África na Argélia, travei conhecimento com este nome. Achei forte, achei bonita a semelhança com Jorge Ben. Os caras lá me chamavam de Jorge Ben Jor, depois só Benjor. Aí gostei porque é o nome de um grande guerreiro. E, quando estou no palco, sinto uma mística, uma energia que me passa uma coisa boa. É o que tento transferir para as pessoas. Me sinto um alquimista musical.”
Salve Jorge!