Thiago Motta é o novo boleiro da seleção italiana – pode estrear hoje no amistoso contra a Alemanha.
Ainda no início desta semana, a FIFA liberou este brasileiro de 28 anos a defender a Azzurra, mesmo tendo vestido a amarelinha nas seleções de base.
Ontem pela TV vi trecho da entrevista em que diz em bom italiano “um afortunado”.
A história de Motta, hoje jogador da Inter de Milão, repete um roteiro comum a muitos jovens em todo o mundo. Diria até que tão comum quanto ansiado pelos meninos que sonham “ganhar” a vida e a glória correndo atrás de uma bola.
Garoto ainda começou jogando futsal no Juventus, passou para o futebol de campo no Palmeiras e depois foi parar num dos primeiros arremedos de time de empresário no País, o EuroSport. Aos 17 anos já estava nos juvenis do Barcelona, onde ficou até dois anos atrás. Transferiu-se para o Genoa e posteriormente para o Inter.
Como é de ascendência italiana, logo conseguiu o passaporte e a cidadania italiana.
Sei que não é algo novo também.
O argentino Di Stéfano jogou pela Espanha e pela Colômbia nos idos de 50/60. Altafini Mazzola, brasileiro campeão do mundo de 58, jogou pela Itália em 62. O angolano Euzébio é ainda hoje o maior nome do futebol português.
Só que com a globalização do esporte, o fenômeno tende a se alastrar.
Na recente Copa do Mundo, diversas seleções trouxeram ‘estrangeiros’ em seu elenco. A boa equipe da Alemanha tinha alguns pares deles. Portugal, no mínimo três brasileiros – Pepe, Deco e Liedson.
Ainda agora, no final do ano, as belas atuações do argentino Conca fizeram com que o nome do camisa 10 do Fluminense, campeão do Brasil, fosse lembrado para a seleção brasileira, lembram?
Houve veiculo de comunicação que fez pesquisa para saber o que o público achava: Mano devia ou não convocar o gringo?
Difícil fechar questão sobre o assunto.
Difícil impor regras para este ou aquele caso ou quaisquer limites para este mundão de Meu Deus cada vez mais sem fronteiras.
O único problema que vejo é a Copa do Mundo transformar-se num torneio caça-bons-níqueis, com equipes que são verdadeiras legiões de estrangeiros – e assim perder toda a autenticidade, e convenhamos todo o seu charme.
Pior que isso: virar um novo Mundialito entre clubes. Aí, sim, nossa hegemonia vai para as cucuias. Atualmente, o Barcelona, base da seleção espanhola mais o Messi, é imbatível.